Trabalho!
Um dever moral de toda criatura humana! Ele colhe os frutos do plantio,
aproveita a matéria bruta das entranhas da terra, convertendo-as em bem-estar e
beleza, ativando e desenvolvendo a marcha da vida. A alavanca, a cunha, a acha,
a roda, a serra, o motor e a turbina são obras da mente humana, marcas de sua
autossuperação através dos tempos.
Tudo o
que há no mundo é fruto do trabalho. Ao empregar a força e suas faculdades
inteligentes, o homem logrou determinados fins: da pedra de cantaria, esculpiu
a estátua de feitio simétrico; da cor, deu forma, perspectiva, luz e sombra a
belíssimas e impressionantes imagens; da fagulha, produziu o fogo; da palavra,
criou obras literárias didáticas, científicas e artísticas; do barro, das
rochas, dos alcalinos terrosos fundou as megalópoles, os lares... O trabalho
fez do homem senhor de si mesmo no Reino da Natureza, promoveu a glória das
nações e a formação da família.
E por
falar em família... em singelo grupo consanguíneo de um pequeno burgo da
Palestina, um nazareno projetou-se como a maior luz descida à Terra. A grande
maioria ignora as qualidades de Jesus como modelo de trabalhador responsável e
devotado, ao pensar que Ele só pregava, fazia milagres e predições. Sim, Jesus
Cristo também trabalhou para sobreviver e manter a família, pois cônscio de o
trabalho ser uma lei, colocou-a em prática. Ao contrário dos que vivem da fé,
das coisas sagradas, Jesus e os apóstolos nunca fizeram de sua crença um ofício
e jamais motivo de lobby para fins políticos, almejando o poder temporal ou
algum tipo de prerrogativa.
Os
primeiros e genuínos seguidores de Cristo de maneira nenhuma consideravam seu
ministério de amor um comércio, e a fé, um balcão de negócios. Os discípulos,
depois apóstolos, direta ou indiretamente, não estipulavam preço ao bem que
faziam ao próximo nem garantiam vida fácil, tampouco felicidade mediante dizimo
e outras formas de recompensa por saberem que bem-aventurança só se constrói à
custa de muito esforço e dignidade, sobretudo, porque estamos em um mundo para
educar os sentimentos e espiritualizar a inteligência.
Os
legítimos representantes de Cristo fazem do trabalho expressão de dignificação,
tornam-se escravos do senhor e servos de todos, oferecendo o labor das próprias
mãos para subsistência orgânica enquanto se afadigam na sementeira da luz,
conforme o espírito Joanna de Ângelis.
Quanto
ao espiritismo, as casas espíritas não estipulam preço pelos serviços que
prestam aos necessitados do corpo e da alma. Os espíritas sinceros trabalham
com alegria para Jesus sem esperar nenhum tipo de retribuição; dirigentes,
cooperadores e médiuns nunca se preocupam com pagamentos e lauréis; prezam mais
o louvor de Deus que o dos homens, e têm mais fé nAquele que nestes, dando mais
valor à vida futura que à presente.
Davilson Silva
Fonte: Jornal Espiritismo Estudado – março/2014
imagem: www.portalvalongo.com
2 comentários:
Denise..
Uma belíssima postagem entendi algo divino aqui .
Perdoar para gente ficar em paz.
Um abençoado final de semana.
Beijos..Evanir.
Eis algo de permanente nesse mundo de coisas provisórias:
A necessidade de trabalho!
Muitos pensam que é uma coisa negativa, e que
o paraíso é não ter necessidade de trabalhar.
Mas é justamente o contrário:
Paraíso é trabalhar e ver o resultado do
trabalho se encaminhando para aparecer!
Beijos.
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