A
proteção à infância é um requisito fundamental, não apenas para a sobrevivência
da humanidade, mas, também, para o aperfeiçoamento da civilização. Há séculos
que pensadores de diferentes áreas de conhecimento chamam a atenção para os
fiscos a que a criança está exposta. Tais pensadores, como, por exemplo, Léon
Denis, realçam a importância de uma educação voltada para o aperfeiçoamento das
novas gerações, que sucederiam as atuais nas várias atividades da vida social.
O que
significa proteger a infância? Como isso pode ser realizado? O que o Centro
Espírita pode e deve fazer? Essas são questões que exigem reflexão cuidadosa.
No capítulo VII, de O Livro dos Espíritos, o item VI, “Da infância”, traz
vários apontamentos importantes sobre essa fase do desenvolvimento. Chama à
atenção a pergunta 385, na qual Allan Kardec interroga a espiritualidade sobre
as modificações que ocorrem no indivíduo, principalmente a partir do final da
adolescência. São várias e interessantes as considerações feitas a essa
pergunta, contudo, vamos nos deter a um ponto relacionado a este artigo: ... os
espíritos não ingressam na vida corpórea senão para se aperfeiçoarem, para se
melhorarem... Ao aceitarmos tal afirmação, precisamos, com urgência, verificar
se as atividades que propiciamos ou permitimos aos nossos filhos podem, de
fato, ajudá-los no aperfeiçoamento espiritual.
Muitas
pesquisas vêm relatando o que sucede em um dia típico da vida das crianças. A
resposta preocupante na atualidade é o tempo que a criança fica exposta à mídia.
Na década de 70, uma criança ficava cerca de duas horas diante da televisão.
Hoje, ela permanece quatro horas ou mais vendo TV ou entretida em games nada
inocentes. Nesses divertimentos elas são estimuladas à aquisição e ao consumo
de diversos produtos comestíveis e utilitários como roupas, calçados,
brinquedos, etc.
Esse é
o principal processo para induzir as crianças a se tornarem consumistas quase
obcecadas. Qual é o mecanismo indutor? Muito fácil de entender: há uma
associação nada sutil entre o produto exposto e um estado da criança. Por
exemplo, no caso dos games, a movimentação rápida de personagens, o jogo de
cores e sombras, os sons repetitivos, a necessidade de decodificar a cena e
responder a ela em fração de segundo, tudo isso produz uma hiperexcitação no
cérebro, ou em algumas áreas do cérebro. Tal excitação é suavizada pela
interrupção do jogo e pela visão de biscoitos, refrigerantes, barbies, roupas,
etc. Produto e logomarca ficam registrados no inconsciente da criança e
reaparecem em diferentes situações do cotidiano. Algo semelhante ocorre diante
da TV. O resultado desse estilo de vida, para uma boa parte das crianças é bem
conhecido: consumismo, diminuição de oportunidades de engajamento em outras
atividades e efeitos colaterais do tipo obesidade, diabetes, TDAH,
agressividade, risco à drogadição, erotismo infantil e demais mazelas
associadas.
3 comentários:
Os pais devem ficar mais atentos com a educação das crianças nestes tempos de muita tecnologia.
Um abraço,
Élys.
A educação é fulcral, vital mesmo.
Beijo
A tecnologia encanta, e é justamente aí
onde reside seu perigo.
Crianças não sabem ainda reconhecer seus
limites, é para isso que somos pais.
Quando falham os pais, a humanidade retarda
seu avanço.
Beijos.
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