A bondade é um pequeno esforço do dever de retribuir
com alegria todas as dádivas que o homem frui, sem dar-se conta, sem nenhum
esforço, por automatismo – como o sol, a lua e as estrelas, o firmamento, o ar,
as paisagens, a água, os vegetais, os animais – e que, inadvertidamente, o
homem vem consumindo, poluindo com alucinação, matando com impiedade.
A vida cobra aos seus agressores o preço da
interferência negativa na sua ordem e estrutura.
Assim, devolver-lhe a bonde é respeitar-lhe os
códigos da existência, da sobrevivência, fomentando-lhe o aumento, a
continuidade, a própria vida, onde quer que ela se expresse. Essa bondade, que
se pode denominar como dever retributivo, abre espaços ao hábito pra outras
formas de manifestá-la.
Os sentimentos nobres que não são estimulados à ação
por largo período embotam-se, debilitam, quase desaparecem. Desse modo, a
bondade cresce por meio do exercício, tornando-se um hábito de vida ou
desaparecendo por falta de ação.
Optar por agir ou não com bondade é atitude da mente
e produzir o bem é do coração.
Há em todos os seres o instinto de conservação da
vida e uma natural inclinação para o b, em razão de serem herdeiros de Deus em
aprendizagem, na forma da utilização dos recursos à sua disposição.
A escolha do rumo a seguir depende do interesse
imediato de resultados ou da lúcida preferência de frutos posteriores
duradouros, mediante a renúncia do momento.
A ascese longa e, às vezes, difícil, será lograda
fatalmente, face à destinação assinalada para todos os seres. Torná-la
iluminada e agradável deve ser a opção de todos quantos pensam e anelam por
fazer cessarem os próprios sofrimentos.
O exercício da bondade faculta campo para a vigência do
amor, cuja conquista plena coroa a vida, libertando-a de todas as algemas que a
retêm. O amor é a vibração do Pai irradiando-se na direção do Pai irradiando-se
na direção do filho e dele se exteriorizando em todas as direções. Mesmo nos
indivíduos mais cruéis, nos verdugos mais insensíveis, vigem os lampejos do
amor em ondas de ternura, gestos de carinho, expressões de sacrifício.
Preservando a vida da prole, as feras se expõem por
instinto, traindo a presença imanente do amor em forma irracional.
No homem, o amor esplende e cria o heroísmo, o
holocausto, o sacrifício com que a vida se engrandece e triunfa sobre a morte,
qual dia perene sobre a noite transitória.
O exercício do amor, dilatando o sentimento que se
harmoniza com a alma da vida em tudo pulsando, favorece a cessação do
sofrimento, acaso existente. É o antídoto mais poderoso para quaisquer
fenômenos degenerativos, em forma de dor ou ingratidão, agressividade ou
desequilíbrio, crime ou infâmia. Ele possui os ingredientes que diluem o mal e
favorecem o surgimento do bem oculto.
Onde viceja o progresso, o amor se manifesta. Há
exceções, como no caso do crescimento horizontal, em que o interesse e a
ganância fomentam o desenvolvimento econômico, tecnológico e social. Mesmo aí,
o amor se encontra presente, embora direcionado para o egoísmo, a satisfaço dos
próprios sentidos, de onde partirá para os gestos altruísticos, que
proporcionam a alegria de outrem, o bem-estar geral.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira Franco/Joanna
de Ângelis
imagem: google
Um comentário:
Renascemos aqui na Terra para
exercitarmos a bondade e, assim,
automatizarmos as ações bondosas,
agregando o hábito ao nosso ser.
O mais vem de bônus.
Beijos.
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