Tomando como exemplo a
relação mãe/filho, cujas dificuldades são muito freqüentes.
A mãe, com muita
frequência, acha que só ela sabe o que é melhor para o filho; que a “outra” não
sabe do que o seu filho precisa, mesmo tendo-lhe passado a guarda, ou que a
esposa não saberá cuidar dele como ela o faz.
Experimentando
uma regressão psicológica, a mãe trata o filho como se fosse uma criança, e não
como um adulto que já conquistou independência.
Há
certo sentimento de onipotência e onisciência maternais.
Não
se pode negar, aqui, o amor incomensurável da mãe, sua histórica capacidade
protetora, sua incondicional dedicação. Todavia, apenas se questiona aquilo que
vem junto, contaminando esses mananciais de luminosidade, e que requer um olhar
atencioso, a fim de não respingar para a conjugalidade em vista.
Curiosamente,
o filho reforça a conduta maternal, revelando os receios ante a nova etapa de
vida.
Às
vezes, denunciando uma atitude psicológica também regressiva, ele exagera os
medos no enfrentamento da vida conjugal e da família atual, que se iniciam com
todas as responsabilidades que lhes são inerentes.
Agravam-se
esses medos, após o casamento, quando o filho transfere para a esposa os
anseios filiais que ele traz, suspirando ainda pela presença da mãe. Às vezes,
até na verbalização no trato doméstico vêem-se as expressões mãezinha e mãe
comparecerem indevidamente. Efetivamente, se a esposa pode circunstancialmente
desenvolver este papel – o de mãe -, fica claro, porém, que o exagero, tendendo
a engolir o papel de esposa, poderá representar problemas à vista para a vida
esponsalícia. O papel principal da mulher casada, junto ao esposo, é o de
esposa e não de mãe. Aliás, o lugar de mãe jamais deve ser negado para a sogra;
existe a figura da ex-esposa, mas não a da ex-mãe.
Por
outro lado, a nora às vezes quer encontrar, na sogra, a presença da mãe que não
teve, ou não foi suficiente, e passa a nutrir expectativas de ser adotada.
Passa, então, mais do que esperar, a exigir da sogra aquilo que muitas vezes
esta não pode lhe dar, fazendo com que surjam os conflitos.
Tudo
isso contribui, juntamente com outros conteúdos, para transformar a presença da
sogra na vida conjugal dos filhos em um terreno movediço e delicado, pelas
múltiplas facetas que essas interações revelam, exigindo muitas competências de
todas as partes; e não é comum encontrá-las.
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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