Desde tempos memoriais, de quando o homem aprendeu a
expressar seus sentimentos, através de múltiplas linguagens (visual e textual),
muito tem se falado sobre o amor. Sobretudo, nos últimos dois mil anos, após o
advento do Mestre Jesus, expectativas várias são criadas em torno desse
sentimento. Nos dicionários, define-se a palavra latina amor pelos significados
de afeição, compaixão, misericórdia, inclinação, atração, apetite, paixão,
querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. o conceito mais popular
de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém
ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e
enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção
e motivação e é tido por muitos como a maior de todas as conquistas do homem.
Pois bem, bonito no papel, mas o problema é que em nome deste sentimento, que o
homem tem se hostilizado, dando origem a tragédias, gerado grandes dificuldades
e muitos encargos espirituais.
Emmanuel, através de psicografia de Chico Xavier, já
nos falou em Perfeito e Imperfeito Amor, identificando-o em dois tipos: o do
sentido evangélico, que nos foi exemplificado por Jesus, e o humano, como o do
dicionário e das tragédias. Entre ambos, uma grande diferença, visto que o amor
humano, está mais para algo nocivo e perigoso, já que se alicerça no egoísmo e
no ciúme, no ter para si. É desastroso, acabando por das origens a vários
males, que vão desde o assassinato até o suicídio. Como se percebe, bem distante
do amor no conceito de Jesus, que se fundamenta na abnegação, na dedicação, na
humildade, no ser para os outros.
O amor humano, nas suas diversas tipologias:
conjugal, materno, filial, civismo, étnico, dentre tantos, são apenas reflexos
do verdadeiro amor do Cristo que abrange e penetra todos os seres e desabrocha
sob formas variadas. O amor evangélico é o princípio da vida universal, que
engrandece o ser, que enobrece a alma e nos leva de volta ao seio do Pai, no
reino que não é deste mundo, aquele da felicidade inexprimível. Na nossa
imperfeição, conhecemos profundamente o amor humano e o vivemos com
intensidade, porém, como estamos distantes ainda do amor evangélico,
perfeitamente desenvolvido. Como identificar um e outro? Amor humano é por determinada
pessoa ou coisa, enquanto o Amor com “a” maiúsculo é um sentimento que se
manifesta em todas as atitudes do ser e que tem como principal característica o
real interesse pelas necessidades do outro, sejam elas quais forem. No divino,
trata-se daquele em que o sentimento pelo próximo supera tudo o mais, e no
humano, prevalecem apenas as necessidades doentias ou pessoais do ser.
Emmanuel, ao tratar deste assunto, descreve que o
imperfeito amor, procurando o gozo próprio no concurso dos outros é quase
sempre o egoísmo em disfarce, buscando a si mesmo nas almas a fim para
tormenta-las sob múltiplas formas de temor: a exigência e o crime, a crueldade
e o desespero, acabando ele próprio no inferno da amargura e frustração. O
verdadeiro amor, faz o bem e sacrifica-se sem esperar retribuição porque
compreende que o Pai traçou caminhos para a evolução aprimoramento das almas,
que a felicidade não é a mesma para todos e que amar significa entender,
ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações no degrau de luta em que lhes é
próprio. Desta maneira, para que nossa alma se expanda sem receio através das
realizações que o Senhor nos confia é necessário saber amar com abnegação e
ternura entre esperança incansável e o serviço incessante do bem.
O verdadeiro amor, conforme ensina Jesus e nos
relembra João, o perfeito amor lança fora o temor (João, 4:18), é o sentimento
que leva a respeitar, interessar-se, auxiliar qualquer ser humano, a sentir em
todos irmãos, a orientar no sentido da solidariedade e da cooperação. O amor
humano pouco tem a ver com o preceito do Cristo, expresso no novo mandamento
que Ele nos deu (Que vos amei uns aos outros como eu vos amei). O amor humano
sonha com beijos, carinhos, abraços, paixão, enquanto Paulo nos adverte que o
amor tudo sofre (I Coríntios 13:7).
Ou seja, evidencia-se num modo de viver pessoal mais elevado; com a presença do
trabalho, da renovação interior, da ajuda sem esperar retribuição; promovendo,
enriquecendo, construindo o homem novo. O amor tudo sofre, assertiva apostólica
que soa como um convite à aquisição do amor legítimo, conforme ensinou Jesus.
Do sentimento que leva a respeitar, interessar-se, auxiliar qualquer outro ser
humano; que orienta na direção da solidariedade, da cooperação, e do interesse
social.
Orlando Ribeiro
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – março/2015
imagem: google
Um comentário:
Uma rapida visita significa meu retorno
em breve.
Fico feliz ao receber sua carinhosa visita
vou arrumar uma maneira de responder
a altura seu carinho e amizade.
Eu sempre fui muito presente nos blogs
agora com as coisas se restabelecendo tudo vai ficar
melhor se Deus quiser.
Um beijo carinhoso ..
Evanir.
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