Não
se consegue atribuir às moedas um valor puramente econômico, ainda que os
nossos conteúdos de vida estejam nele embutidos, inevitavelmente.
Desse
modo, vamos identificar quais papéis a moeda pode estar desempenhando dentro da
relação de conjugalidade, procurando perceber se o dinheiro está a serviço do
crescimento, quando usado positivamente, ou se está dilapidando o
relacionamento no uso desequilibrado dentro do casamento.
A
maioria dos casais não consegue avaliar quantas inadequações e negatividades,
sutis ou ostensivas, vigem no trato com o dinheiro, como reflexos de
deficiências variadas na convivência matrimonial.
Às
vezes, ele está representando o domínio de um sobre o outro, quando existe uma
dependência financeira que fica a serviço do controle por parte daquele que
detém o monopólio do metal. Atrás do controle neurótico escondem-se a
insegurança afetiva, o ciúme, a mania de comandar, o medo de ser abandonado,
etc.
Noutras
circunstâncias, ele significa a moeda de compra nas manifestações afetivas
daquele que o usa, substituindo atenção, carinho e cuidados, numa tentativa de
driblar a frieza ou a culpa pela sua ausência no relacionamento. Surgem
presentes caros, talões de cheque, cartões de crédito disponíveis com limites
astronômicos, dentre outros expedientes compensatórios.
Em
situações diversas, o dinheiro entra como tapa buraco, quando o parceiro dele
se vale de forma compulsiva, para sanear carências emocionais em face da
escassez na nutrição emocional doméstica. Passa a comprar tantas roupas,
sapatos, bolsas, etc., que não consegue utilizá-los todos ao longo da vida,
deixando-os mofar nos armários.
Nas ocorrências de
desemprego demorado do esposo, pode significar baixa estima, se ele for muito
orgulhoso ou se houver cobrança despropositada. Sentimentos similares podem
suceder se ele tiver remuneração inferior à da esposa.
Em várias ocasiões, o
dinheiro representa o status da vaidade que se procura manter a qualquer custo,
ostentando uma máscara social de bem casados, disfarçando problemas e conflitos
que o casal experimenta e esconde.
Quantas vezes os
recursos amoedados definem quem vale mais, numa luta conjugal insana por quem
obtém mais, financeiramente. Consumindo tempo e energia numa disputa de poder
que encobre inseguranças recíprocas de almas
com baixo autoamor, os parceiros procuram sobrepor-se um ao outro,
ignorando que o problema não é de ordem econômica, mas de autoafirmação.
Em alguns episódios,
os aspectos morais são o foco do quanto os casais precisam de cuidados de cunho
ético e moral para reorientarem comportamentos perdulários, esbanjadores, ou
então de usura, ambição, cobiça, ou ainda de agiotagem e corrupção, reveladores
de má educação, de cultura de princípios lassos e de valores imorais.
Em alguns eventos, as cédulas
falam, de forma dramática, de conteúdos muito complexos. Eles se apresentam na
forma de compulsões graves, cleptomanias, estelionatos e outros, exigindo
atendimento especializado, não só de natureza moral e espiritual, mas
médico-terapêutico, por se tratar de espíritos que trazem comprometimentos
graves, oriundos desta ou de outras vidas.
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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