(Emmanuel)
Médiuns espíritas!
Quando vos conscientizais relativamente a distância entre a vossa
condição humana e a espiritualidade sublime da Doutrina de Luz e Amor que abraçastes,
muitos de vós outros recuais ante as lutas por sustentar.
Compreendamos, no entanto, que quase todos nós, os companheiros
encarnados e desencarnados, trazidos as tarefas do Espiritismo, somos seres
endividados de outras épocas, empenhados ao trabalho de aperfeiçoamento
gradativo com o amparo de Jesus.
Tiranos de ontem, somos agora convocados a exercícios de
obediência e tolerância para as aquisições de humildade.
Autoridades absorventes que dilapidávamos os bens que se nos
confiavam, em beneficio de todos, vemo-nos induzidos, na atualidade, a servir
em regime de carência a fim de aprendermos moderação à frente da vida.
Inteligências despóticas que abusávamos da frase escrita ou
falada, prejudicando multidões, estamos hoje entre inibições e dificuldades,
nos domínios da expressão verbal, de modo a reconhecermos quanto respeito se
deve à palavra.
Criaturas que infelicitávamos outras muitas, deteriorando-lhes a
existência em nome do coração, achamo-nos presentemente em longos calvários do
sexo a fim de aprimorarmos os impulsos do próprio amor.
Incluimo-nos em vossos problemas, conquanto desenfaixados
provisoriamente dos laços físicos, porquanto as vossas lutas de hoje foram as
nossas de ontem, tanto quanto os vossos conflitos de hoje serão talvez nossos
amanhã, quando, pela reencarnação, estivermos na posição que atualmente
ocupais.
A despeito, no entanto, de todos os obstáculos, esposemos na
construção do bem o caminho da sombra para a luz.
Natural tropeceis, através de quedas e desilusões, muitas vezes necessárias
a formação de nossas melhores experiências. Entretanto, não vos marginalizeis
na estufa da ociosidade ou na furna da autocompaixão.
Trabalhemos compreendendo e sigamos servindo.
Fraquezas e imperfeições temo-las ainda conosco e talvez por longo
tempo, de vez que burilamento espiritual não e assunto de mágica.
Convençamo-nos, porém, de que unicamente com a doação do melhor de
nós mesmos, na edificação do bem de todos, é que descobriremos a senda traçada
a nossa melhoria e elevação.
Recordemos.
O ouro não se desentranha da ganga simplesmente porque leiamos
algum compendio de mineração diante do cascalho que o segrega, conquanto o compendio
de mineração favoreça as atividades relacionadas com a extração e acrisolamento
do ouro.
Purificar-se-á o metal, em verdade, tão somente no clima do cadinho
esfogueante.
Um médico reitera consigo a ciência de curar, mas isso não quer
dizer esteja ele inacessível a doença, embora o dever que lhe cabe na preservação
do equilíbrio orgânico.
Um dia Jesus nos afirmou que os obreiros do Evangelho serão conhecidos
pelos frutos. Não nos será licito esquecer que todas as árvores da Terra, por
mais preciosas, se lançam frondes, flores e frutos na direção dos Céus, nenhuma
delas produzira se não tiver as raízes vinculadas aos ingredientes no chão.
Fonte: Na Era do
Espírito – Chico Xavier/José Herculano Pires
imagem: google
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