Vivemos uma época de paradoxos: nunca se falou tanto
em paz, mas nunca se ensinou tanto a guerra, a grosseria, a brutalidade, a
violência.
Vivemos em um país que se diz cristão, mas será que o
cristianismo é para ser vivenciado apenas no interior das comunidades
religiosas? Será que se deveriam isolar do mundo aqueles que não desejam
compactuar com o estado de coisas que vivemos, ou lutar para que o mundo se
torne compatível com os ensinamentos do Cristo? Se aqueles que desejam manter
uma vida equilibrada, respeitosa pretenderem afastar-se do convívio com a
sociedade, como interpretariam a recomendação de Jesus, registrada por dois
evangelistas: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de logos” (Mateus 10:16)
e “Ide, eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos” (Lucas, 10:3).
Diante da recomendação de Jesus, não devemos criar
ilhas onde se viva cristãmente, mas devemos trabalhar no sentido de
cristianizar todos os lugares.
E o que estão fazendo as religiões no sentido de
despertar as criaturas para uma mudança de atitude, a fim de que assumam sua
real posição diante do Cristo? Será que o papel das religiões é levar seus
fiéis a pensarem em Deus, ouvindo enternecidamente comentários sobre os
ensinamentos de Jesus, somente no interior dos templos, em momentos sagrados?
Mas Jesus nunca separou a vida em momentos sagrados e momentos profanos. De
acordo com os Seus ensinos, os princípios éticos em orais devem permear todos
os atos da vida, em todos os ambientes. Portanto, é premente a necessidade de
se despertar o homem para o esforço de proceder de conformidade com esses
ensinamentos, em todas as circunstâncias da vida, conforme Ele ensinou e exemplificou.
Logo, as religiões devem esclarecer o homem no sentido de não esperar o Céu
depois da morte, mas de construí-lo aqui, em todos os ambientes, principalmente
dentro de si mesmo, desde agora.
E como estamos procedendo nós, espíritas, nesse cenário
caótico em que vivemos? As casas
espíritas estão promovendo reflexões sérias que nos levem a nos situarmos na
vida como espíritos imortais temporariamente encarnados? Estamos tendo
oportunidade de avaliação das propostas da televisão, do cinema, do teatro, da
literatura ante nosso futuro no Mundo Espiritual? Lembremo-nos de que, se o
espiritismo não nos atemoriza com o Inferno, também não nos oferece um Céu
conquistado sem esforço no Bem. A verdade é que também nós estamos um tanto
acomodados diante do panorama atual, pois raras vozes se erguem para denunciar
esse tremendo antagonismo entre o que nos oferece a mídia, e as diretrizes de
conduta ensinadas no Evangelho.
Portanto, diante dessa ruína moral que se vê na
atualidade, é de se perguntar onde estão as vozes dos condutores de almas, onde
estão as vozes das religiões que silenciam diante de tanta ignomínia? Será que
aguardam a volta de João Batista?
Prof. José Passini
Fonte: Jornal
Espiritismo estudado – nov./2015
imagem: google
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