É no recôndito de nossa casa que convivemos com
espíritos afins, mas também om antigos antagonistas de outras vidas, com o
propósito do reajuste mútuo e do sufocamento do egoísmo. Se no ambiente de
trabalho desenvolvemos nossas habilidades, é na nossa casa que desenvolvemos as
potencialidades do coração. Sejamos pais, filhos, cônjuges, nosso dever é
realizar tudo o que estiver ao nosso alcance para harmonizar o lar e atrair os
bons e sábios espíritos. O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos pede que não
sejamos só bons ou só caridosos, mas que sejamos bons e caridosos. A
beneficência atrai o amor necessário para que possamos enfrentar qualquer
problema de forma equilibrada. Com mais paz e compreensão no lar, podemos,
então, alçar voos mais altos, ultrapassando as fronteiras de nossa casa,
passando a atuar na sociedade. Por intermédio do E.S.E., os espíritos nos
acenam para o fato de que a piedade é a irmã da caridade. Então, é lógico
inferir que devemos ser solidários e caridosos para com o próximo. E, ao invés
de ver as desgraças e as infelicidades da vida como castigos de Deus, passemos
a encará-las como oportunidades de praticar o bem, a benevolência e a caridade.
Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá, Bezerra de Menezes, Chico Xavier, por
certo deem ter se condoído com as dores dos seus semelhantes, só que foram além
da comiseração e partiram para a ação. A bondade de Deus permitiu que estes
missionários viessem reencarnar entre nós para ajudar nosso mundo e, principalmente,
para nos darem o exemplo do trabalho em favor do ser humano. Ao contrário de
nossos heróis de infância, eles não possuíam poderes extraordinários como visão
de raio X, a capacidade de poder voar ou a super força, mas se tornaram
poderosos instrumentos de bondade e compaixão pelo semelhante, algo que todos
nós podemos ser, pois que não exige privilégios de qualquer natureza. Apenas
boa vontade. Esses espíritos de luz vieram acender uma pequena centelha que
existe em nós. Se a alimentarmos, colocando mãos à obra na caridade
desinteressada, haveremos de nos tornar melhores e ajudar a tornar o mundo
melhor. Emmanuel afirma: “A caridade é o processo de somar alegrias, diminuir
males, multiplicar esperanças e dividir a felicidade”. Para ajudar os outros,
não é preciso ganhar na loteria ou se aposentar, como bem nos lembra Leon
Denis, no já citado texto sobre caridade, “há males sobre os quais uma amizade
sincera, uma ardente simpatia ou uma afeição operam melhor que todas as
riquezas”. Portanto não há no mundo quem não possa ofertar um pouco de si a
quem quer que seja.
Orlando Ribeiro
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – nov/2015
imagem: google
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