Cap.
VIII – Item 18
Nós que tantas vezes
rogamos o socorro da Providência Divina, oremos ao coração da Mulher,
suplicando pelos filhos das outras! Peçamos às seareiras do bem pelas crianças
desamparadas, flores humanas atingidas pela ventania do infortúnio, nas
promessas do alvorecer!...
Pelas crianças que
foram enjeitadas nos becos de ninguém; pelas que vagueiam sem direção,
amedrontadas nas trevas noturnas; pelas que sugam os próprios dedos,
contemplando, por vidraças faustosas, a comida que sobeja desperdiçada;
pelas que nunca viram
a luz da escola; pelas que dormem, estremunhadas, na goela escura do esgoto; pelas
que foram relegadas aos abrigos de lama e se transformam
em cobaias de vermes
destruidores; pelas que a tuberculose espia, assanhada, através dos molambos com
que se cobrem; pelas que se afligem no tormento da fome e mentalizam o furto do
pão; pelas que jamais ouviram uma voz que as abençoasse e se acreditam amaldiçoadas
pelo destino; pelas que foram perfilhadas por falsa ternura e são mantidas nas
casas nobres quais pequenas alimárias constantemente batidas pelas varas da
injúria; e por aquelas outras que caíram, desorientadas, nas armadilhas do crime
e são entregues ao vício e à indiferença, entre os ferros e os castigos do
cárcere!
Mães da Terra,
enquanto vos regozijais no amor de vossos filhos, descerrai os braços para os
órfãos de mãe!... Lembremos o apelo inolvidável do Cristo: “deixai vir a mim os
pequeninos”. E recordemos, sobretudo, que se o homem deve edificar as paredes
imponentes do mundo
porvindouro, só a mulher poderá convertê-lo em alegria da vida e carinho do
lar.
Emmanuel
Fonte:
O Espírito da Verdade
Francisco
Cândido Xavier - Waldo Vieira
imagem: google
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