A Sua
proposta é atual, porquanto o inimigo do homem está nele, que vem herdando de
si mesmo através dos tempos, na esteira
das reencarnações pelas quais tem transitado. Trata-se do seu ego,
dissimulador hábil que conspira contra as forças da libertação.
Não podendo fugir de si mesmo nem
dos fatores arquetípicos coletivos, o ser debate-se entre o passado de sombras
— ignorância, acomodação, automatismos dos instintos — e o futuro de luz —
plenitude através de esforço tenaz, amor e auto-realização — recorrendo aos
dias presentes, conturbados pelas heranças e as aspirações. No entanto,
atraído pela razão à sua fatalidade biológica — a morte — transformação
do soma — histórica — a
felicidade — e espiritual — a
liberdade plena — vê o desmoronar dos seus anseios e reconstrói os
edifícios da esperança, avançando sem cessar e conquistando, palmo a palmo, a terra de ninguém, onde se expressam
as próprias emoções conturbadas.
Essa necessidade de valorização egóica pode ser transformada em
realização do eu mediante o contributo dos estímulos.
Cada ação provoca uma reação
equivalente. Quando não se consegue uma resposta através de um estímulo
positivo, o estímulo expressa-se agressivo. Os estímulos são fontes de energia. Conforme dirigidos, brindam
com resultados correspondentes.
O ego que sente necessidade de
valorização, sem o contributo do self em
consonância, utiliza-se dos estímulos negativos e agressivos para
compensar-se, sejam quais forem os resultados.
O importante para o seu momento não
é a qualidade da resposta estimuladora, mas a sua presença no proscênio onde
se considera ausente.
Verdadeiramente, no
inter-relacionamento social, quando todos se encontram, o ego isola suas
vítimas para chamar a atenção ou bloqueia-as de tal forma que não ficam
ausentes, porém tornam-se invisíveis. Encontram-se
no lugar, todavia, não estão ali. Essa invisibilidade
habilmente buscada compensa o conflito do ego, mantendo a
autoflagelação de que não é notado, não possui valores atraentes. Tal
mortificação neurótica introjeta as imagens infelizes e personagens míticas do
sofrimento, que lhe compõem o quadro de desamparo emocional de desdita pessoal.
Nesse comportamento doentio do ego,
a necessidade de valorização, porque não possui recursos relevantes para
expor, expressa-se na enganosa autocomiseração que lhe satisfaz as exigências
perturbadoras, e relaxa, completando-se emocionalmente.
Quando o self assoma e governa o
ser, os estímulos são sempre positivos, mesmo que tenham origem negativa ou
agressiva, porque exteriorizam o bem-estar que lhe é próprio.
Não se contamina nem se amargura,
porque, em equilíbrio, possui valor, não
tendo necessidade de valorização.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
Um comentário:
Sempre que passo por agui aprendo um pouco!
Obrigada Denise, que Deus a abençoe sempre!
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