O comportamento desvela ao exterior a realidade íntima do ser humano. Nem sempre, porém, tal manifestação se reveste de autenticidade, pois que muitos fatores contribuem para mascarar-se o que se é, numa demonstração apenas do que se aparenta ser.
De acordo com a maturidade ou não do
ser psicológico, a comunicação padece dificuldades que somente poderão ser
sanadas quando existir um propósito firme para o êxito.
Há uma tendência natural para o
disfarce do ego, quando prevalece um impulso dominante para a convivência, a
experiência social, o diálogo.
A ausência de tais imperativos
contribui para o desequilíbrio emocional e, por conseqüência, para os estados
psicopatológicos que se multiplicam avassaladores.
A comunicação desempenha, em todas
as vidas, um papel relevante, quando visceral, emocional, livre, sem as
pressões da desconfiança e da insegurança pessoal.
À medida que o ser se descerra em
narrativa afetuosa ou amiga, o interlocutor, sentindo-se acompanhado,
descobre-se. Enquanto coordena as idéias para o diálogo, auto-analisa-se,
identifica-se, facilitando o próprio entendimento.
Liberando-se das conversações feitas
de interrogações-clichês desinteressantes, penetra-se e faculta ao outro a
oportunidade de igualmente desvelar-se.
Quando se repartem informações no
inter-relacionamento pessoal, compartem-se emoções.
Quando a conversação, no entanto, é
trivial, os clichês sem sentido e costumeiros não dizem nada. Quando se indaga:
— Como vai? — a resposta é
inevitável: — Bem, obrigado!
Mesmo porque, se o interrogado se
resolvesse dizer como realmente vai, é bem provável que o interlocutor não
tivesse nenhum interesse em ouvir-lhe a resposta mais complexa e profunda.
Talvez a aceitasse de maneira surda, desinteressadamente,
com enfado.
Na grande mole humana destacam-se os
biótipos introvertidos e extrovertidos.
Os primeiros, na etapa inicial do
desenvolvimento psicológico, assumem uma atitude tímida e fazem a
introspecção. Passada a fase de auto-análise, torna-se-lhes indispensável a
extroversão, o relacionamento, rompendo a cortina que os oculta e
desvelando-se.
Os segundos, normalmente, escondem a
sua realidade e conflitos erguendo uma névoa densa pela exteriorização que se
permitem, inseguros e instáveis. Descobrindo-se honestamente, diminuem a
loquacidade e, reflexionando, assumem um comportamento saudável, sem excesso
de ruídos nem ausência deles.
Os padrões de comportamento estão
estabelecidos através de parâmetros nem sempre fundamentados em valores
reais. Aceitos como de conveniência, aqueles que foram considerados corretos,
podem ser classificados como sociais, culturais, morais e religiosos... Em
todos eles existem regras estatuídas pelo ego, para uma boa apresentação, que
quer significar engodo, em detrimento do eu profundo ao processo de constantes
mudanças e crescimentos.
(continua)
(continua)
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
Um comentário:
Excelente post,Denise.
Existem pessoas que conhecem regras para dialogar e ludibriar seu interlocutor muitas vezes sem saber.
É necessária a atenção e a leitura do olhar e gestos para reconhecer o falso do verdadeiro.
Feliz domingo de Páscoa,amiga.
Obrigada pela visita.
Beijos e Paz Profunda
Donetzka
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