O homem, realmente não se conhece. Identifica e persegue
metas exteriores. Camufla os sentimentos enquanto se esfalfa na realização
pessoal, sem uma correspondente identificação íntima.
A experiência, em qualquer caso, é um meio propiciador
para o autoconhecimento, em razão das descobertas que enseja àquele que tem a
mente aberta aos valores morais, internos. Ela demonstra a pouca significação
de muitas conquistas materiais, econômicas e sociais diante da inexorabilidade
da morte, da injunção das enfermidades, especialmente as de natureza
irreversível, dos golpes afetivos, por defrontar-se desestruturado, sem as
resistências necessárias para suportar as vicissitudes que a todos surpreendem.
O homem possui admiráveis recursos interiores não explorados,
que lhe dormem em potencial, aguardando o desenvolvimento. A sua conquista
faculta-lhe o autodescobrimento, o encontro com a sua realidade legítima e,
por efeito, com as suas aspirações reais, aquelas que se convertem em suporte
de resistência para a vida, equipando-o com os bens inesgotáveis do espírito.
Necessário recorrer a alguns valores éticos morais, a coragem
para decifrar-se, a confiança no êxito, o amor como manifestação elevada, a
verdade que está acima dos caprichos seitistas e grupais, que o pode acalmar
sem o acomodar, tranqüilizá-lo sem o desmotivar para a continuação das buscas.
Conseguida a primeira meta, uma nova se lhe apresenta, e
continuamente, por considerar-se o infinito da sabedoria e da Vida.
É do agrado de algumas personalidades neuróticas, fugirem
de si mesmas, ignorarem-se ou não saberem dos acontecimentos, a fim de não
sofrerem. Ledo engano! A fuga aturde, a ignorância amedronta, o desconhecido
produz ansiedade, sendo, todos estes, estados de sofrimento.
O parto produz dor, e recompensa com bem-estar, ensejando
vida.
O autodescobrimento é também um processo de parto,
impondo a coragem para o acontecimento que libera.
Examinar as possibilidades com decisão e enfrentá-las sem
mecanismos desculpistas ou de escape, constitui o passo inicial.
A verdade é o encontro com o fato que deve ser digerido,
de modo a retificar o processo, quando danoso, ou prosseguir vitalizando-o,
para que se o amplie a benefício geral.
Ignorando-se, o homem se mantém inseguro. Evitando
aceitar a sua origem tomba no fracasso, na desdita.
Ademais, a origem do homem é de procedência divina.
Remontar aos pródromos da sua razão com serena decisão de descobrir-se, deve
ser-lhe um fator de estímulo ao tentame. O reforço de coragem para levantar-se,
quando caía, o ânimo de prosseguir, se surgem conspirações emocionais que o
intimidam, fazem parte de seu programa de enriquecimento interior.
O auto-encontro enseja satisfações estimuladoras, saudáveis.
Esse esforço deve ser acompanhado pela inevitável confiança no êxito,
porqüanto é ambição natural do ser pensante investir para ganhar, esforçar-se
para colher resultados bons.
(continua)
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