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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


terça-feira, 21 de maio de 2013

MECANISMOS DE FUGA DO EGO I


Habituado ao não enfrentamento com o self, o ego camufla a sua resistência à aceitação da realidade profunda, elaborando mecanismos escapistas, de forma a preservar o seu domínio na pessoa.
Desse modo, podemos enumerar alguns desses instrumentos do ego, para ocultar-lhe a realidade, fa­cultando-lhe a fuga do enfrentamento com o eu pro­fundo, tais como: compensação, deslocamento, proje­ção, introjeção e racionalização.

Compensação

Foi o admirável pai da Psicanálise individual, Al­fred Adler, quem, percebendo que um órgão defici­tário é substituído pelo seu par — um pulmão enfermo ou um rim doente —, estabeleceu que ocorre uma com­pensação correspondente na área psicológica.
Grandes ases da cultura física tornaram-se atle­tas, porque buscaram compensar a fragilidade orgâ­nica, ou algum limite, entregando-se a extenuantes exercícios que lhes facultaram alcançar as metas es­tabelecidas. O mesmo ocorre nas artes, na ciência com muitos dos seus paladinos.
Essa compensação se enraíza nos fulcros de al­gum conflito, nos leva a exagerar determinada ten­dência como fenômeno inconsciente que nos demons­tra o contrário.
O excesso de devotamento a uma causa ou idéia é a compensação ao medo inconsciente de sustentá-lo.
O fanatismo resulta da insegurança interior, não consciente, pela legitimidade daquilo em que se pen­sa acreditar, desse modo compensando-se.
Há sempre um exagero, um superdesenvolvimen­to compensador, quando, de forma inconsciente se estabelece um conflito, por adoção de uma crença em algo sem convicção.
O excesso de pudor, a exigência de pureza, pro­vavelmente são compensações por exorbitantes de­sejos sexuais reprimidos e anelos de gozos promíscu­os, vigentes no ser profundo.
Sem dúvida, não se aplica à generalidade das pes­soas corretas e pudicas, mas àquelas que se caracte­rizam pelo excesso, pela ênfase predominante que dão a essas manifestações naturais.
Na compensação ocorre a formação de reação, que responde pela necessidade de um efeito psicológico contrário.
Desse modo, as atitudes exageradas em qualquer área camuflam desejos inconscientes opostos.
Nessa compensação psicológica, o ego exarcer­bado está sempre correto e, sem piedade pela fragi­lidade humana, exprime-se dominador, superior aos demais, que não raro persegue com inclemência.
Na distorcida visão egóica, a sua é sempre a pos­tura certa, por isso exagera para sentir-se aliviado da tensão decorrente da incoerência entre o ego presun­çoso e o eu debilitado.
A compensação substituta — uma deficiência or­gânica propele o indivíduo a destacar-se noutra área da saúde, sobrepondo a conquista de realce ao fator de limite — também transfere-se para o campo emo­cional, e o conflito de ordem psicológica cede lugar ao desenvolvimento de uma outra faculdade ou ex­pressão que se pode destacar, anulando, ou melhor dizendo, escamoteando o ocasional fenômeno pertur­bador.
Graças a compensação substituta o ego se pleni­fica, embora tentando ignorar o desequilíbrio que fica sob compressão, reprimido. Todavia, todo conflito não liberado retorna e, se recalcado, termina por aflorar com força, gerando distúrbios mais graves.
A compensação egóíca é, sem dúvida, um engodo que deve ser elucidado e vencido.
Cada criatura é o que consegue e, como tal, cum­pre apresentar-se, aceitar-se, ser aceito, trabalhan­do pelo crescimento interior mediante catarse, cons­ciente dos conflitos degenerativos.
Todo esse mecanismo de evasão da realidade e mascaramento do ego torna a pessoa inautêntica, artificial, desagradável pelo irradiar de energias re­pelentes que causam mal-estar nas demais.

(continua)

O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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