A compulsão de querer controlar a vida alheia é fruto
de nosso orgulho.
O ser amadurecido tem a habilidade perceptiva de
diagnosticar os processos pelos quais a evolução age em nós; portanto, não
controlam, mas sim cooperam com o amor e com a liberdade das leis naturais.
Nenhuma pessoa pode realizar a tarefa de outra. As
experiências pelas quais passamos em nossa jornada terrena são todas aquelas
que mais necessitamos realizar para nosso aprimoramento espiritual.
Muitos de nós convivemos, outros ainda convivem, com
indivíduos que tentam cuidar de nosso
desenvolvimento espiritual, impondo controle excessivo e disciplina
perfeccionista, não respeitando, porém, os limites de nossa compreensão e
percepção da vida.
São censuradores morais, incapazes de compreender as
dificuldades alheias, pois não entendem que cada alma apenas pode amadurecer de
acordo com o grau de desenvolvimento de seu potencial interno.
Não se tem notícias de que Jesus impusesse cobranças
ou tivesse promovido convites insistentes ao crescimento das almas. Teve como
missão, na Terra, ensinar-nos serenidade e harmonia, para entrarmos em comunhão
com Deus em nós.
Confiava plenamente no Sábio e Amoroso Poder que
dirige o universo e, portanto, respeitava os objetivos da natureza, que age no
comportamento humano, desenvolvendo-o de muitas maneiras. Sabia que a evolução
ocorre de modo inevitável, recebendo ou não ajuda dos homens.
O Mestre entendia que, se combatêssemos e lutássemos
contra nossos erros, poderíamos potencializá-los. Nunca usava de força e
imposição, mas de uma técnica para que pudéssemos desenvolver a virtude oposta.
Não censura ou critica a atitude inadequada, mas
propicia o desenvolvimento da autoconfiança, para que a pessoa encontre por si
mesma seus valores internos.
Nunca amadureceremos, se deixarmos os outros pensarem
por nós e determinarem nossas escolhas.
Não é a ajuda real, a que se referia Jesus, a crítica
moralista, o desejo de reformar os outros, o controle do que se deve fazer ou
não fazer. Antes, tais comportamentos revelam os traços de caráter dos
indivíduos orgulhosos e ainda distanciados da autêntica cooperação no processo
de evolução – que não os deixam perceber
que ocorre naturalmente na intimidade das criaturas.
Do
livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
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