A moderna visão
psicológica, embora respeitando as injunções do passado atual, busca
desenvolver as possibilidades latentes do homem, o seu vir-a-ser,
centralizando a sua interpretação nos seus recursos inexplorados. Há, nele,
todo um universo a conquistar e ampliar, liberando as inibições e conflitos,
diante dos novos desafios que acenam com a auto-realização e o amadurecimento
íntimo.
De etapa a etapa, ele
avança conquistando as terras novas da
vida e da experiência, que se sobrepõem aos alicerces fragmentários da
infância, substituindo-os vagarosamente.
O devir psicológico é
mais importante do que o seu passado nebuloso, que o sol da razão consciente
se encarregara de clarear, sem ilhas de sombra doentia na personalidade.
Extraordinariamente, em
alguns casos de psicoses e neuroses, de dificuldades no inter-relacionamento
pessoal, de inibições sexuais e frustrações, pode-se recorrer a uma viagem
consciente ao passado, a fim de encontrar-se a matriz cármica e aplicar-lhe a
terapia especializada, capaz de conscientizar o paciente e ajudá-lo na
superação do fator perturbante. Mesmo assim, a experiência terapêutica exige
os recursos técnicos e as pessoas especializadas para o tentame, evitando-se
apressadas conclusões falsas e o mergulho em climas obsessivos que impõem mais
cuidadosa análise e tratamento adequado.
A questão, pela sua
gravidade, exige siso e cuidados especiais.
A nova psicologia
profunda pretende desvendar as incógnitas das várias patologias que afetam o
comportamento psicológico do homem, utilizando-se de uma nova linguagem e
desenvolvendo os recursos da sua evolução ainda não excogitados.
Por enquanto, o indivíduo
não se conhece, apresentando-se como se fora uma máquina com as suas
complicadas funções, que busca automatizar.
É indispensável, assim,
que tome consciência de si. o que lhe independe da inteligência, da atividade
de natureza mental.
A consciência expressa-se
em uma atitude perante a vida, um desvendar de si mesmo, de quem se é, de onde
se encontra, analisando, depois, o que se sabe e quanto se ignora, equipando-se
de lucidez que não permite mecanismos de evasão da realidade. Não finge que
sabe, quando ignora; tampouco aparenta desconhecer, se sabe. Trata-se,
portanto, de uma tomada de conhecimento lógico.
Esses momentos de
consciência impõem exercício, até que sejam aceitos como natural manifestação
de comportamento. Para tanto, devem ser considerados os diversos critérios de
duração, de freqüência e de largueza, como de discernimento.
No painel existencial, no
qual nada é fixo e tudo muda, torna-se inadiável a busca da consciência atual
sem as fixações do passado, de modo a multiplicar os estímulos para o futuro
que chegará.
Destaca-se aí, a
necessidade do equilíbrio a dificuldade inicial cede então lugar à realização
plena.
O homem amargurado, que
se faz vítima dos conflitos, deve aprender a resolver os desafios do momento,
despreocupando-se das ocorrências traumáticas e gerando novas oportunidades.
As suas propostas para amanhã começam agora, não aguardando que o tempo chegue,
porque é ele quem passará pelas horas e chegará àquela dimensão a que denomina
futuro.
A estrutura psicológica
social exerce uma função compressiva no comportamento do homem, que se deve
libertar mediante o amadurecimento pessoal, que elimina o medo, a ira, a
ambição, característicos das heranças atávicas, e se programa dentro das
próprias possibilidades inexploradas.
A consciência do
vir-a-ser proporciona uma mente aberta, com capacidade para considerar com
clareza e saúde todos os fatos da existência, comportando-se de maneira tranqüila,
com possibilidades de conquistar o infinito.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: suhzinhaaa.blogspot.com
Um comentário:
Enquanto a 'moderna visão psicológica' admitir que os problemas trazem junto a solução, os pesquisadores dessa ciência estarão bem encaminhados.
Se bem me lembro, no final dos anos 70, a revista Reformador publicou relato do caso de Sybill, uma jovem senhora que apresentava 16 personalidades.
A psicóloga que a tratava obteve sucesso em sua cura porque, mesmo desconhecendo os princípios espíritas, considerou as personalidades como entidades distintas, individuais, como elas mesmas se apresentavam.
Aplicou o conhecimento espírita sem o saber, mostrando que bom senso e boa vontade sempre são recomendáveis.
Nesse mesmo passo, a psicologia atual alcançará êxito em seus propósitos.
Beijos.
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