Herança animal
predominante em a natureza humana, o instinto de reprodução da espécie exerce
um papel de fundamental importância no comportamento dos seres. Funcionando
por impulsos orgânicos nos irracionais, expressa-se como manifestação
propiciatória à fecundação nos ciclos orgânicos, periódicos, em ritmos
equilibrados de vida.
No homem, face ao uso,
que nem sempre obedece à finalidade precípua da perpetuação das formas,
experimenta agressões e desvios que o desnaturam, tornando-se, o sexo, fator
de desditas e problemas da mais variada expressão.
Face à sensação de prazer
que lhe é inata, a fim de atrair os parceiros para a comunhão reprodutora, torna-se
fonte de tormentos que delineiam o futuro da criatura.
Considerando-se a força
do impulso sexual, no comportamento psicológico do homem, as disjunções
orgânicas, a configuração anatômica e o temperamento emocional tornam-se de
valor preponderante na vida, no inter-relacionamento pessoal, na atitude
existencial de cada qual.
A sua carga compressiva,
no entanto, transfere-se de uma para outra existência corporal, facultando um
uso disciplinado, corretor, em injunções específicas, que por falta de esclarecimento
leva o indivíduo a uma ampla gama de psicopatologias destrutivas na área da
personalidade.
Com muita razão, Alice
Bailey afirmava, diante dos fenômenos de alienação mental, que eles podem ser
“... de natureza psicológica, hereditários por contatos coletivos e cármicos”.
Introduzia, então, o conceito cármico, na condição de fator desencadeante das
enfermidades a expressar-se nas manifestações da libido, de relevante
importância nos estudos freudianos.
O conceito, em torno do
qual o homem é um animal sexual, peca, porém, pelo
exagero.
Naturalmente, as heranças
atávicas impõem-lhe a força do instinto sobre a razão, levando-o a estados
ansiosos como depressivos. Todavia, a necessidade do amor é-lhe superior. Por
falta de uma equilibrada compreensão da afetividade, deriva para as falazes
sensações do desejo, em detrimento das compensações da emoção.
Mais difícil se apresenta
um saudável relacionamento afetivo do que o intercurso apressado da explosão
sexual, no qual o instinto se expressa, deixando, não poucas vezes, frustração
emocional.
Passados os rápidos
momentos da comunhão física, e já se manifestam a insatisfação, o arrependimento,
os conflitos perturbadores...
A falta de
esclarecimento, no passado, em torno das funções do sexo, os mistérios e a
ignorância com que o vestiram, desnaturaram-no.
A denominada revolução sexual dos últimos tempos,
igualmente, ao demitizá-lo, abriu espaços de promiscuidade para os excessivos
mitos do prazer, com a consequente desvalorização da pessoa, que se tornou
objeto, instrumento de troca, indivíduo descartável, fora de qualquer
consideração, respeito ou dignidade.
A sociedade contemporânea
sofre, agora os efeitos da liberação sem disciplina, através da qual a criatura
vive a serviço do sexo, e não este para o ser inteligente, que o deve conduzir
com finalidades definidas e tranquilizadoras.
As aberrações se
apresentam, neste momento, com cidadania funcional, levando os seus pacientes
a patologias graves que alucinam, matam e os levam a matar-se.
A consciência deve
dirigir a conduta sexual de cada indivíduo, que lhe assumirá as consequências
naturais.
Da mesma forma que uma
educação castradora é responsável por inúmeros conflitos, a liberativa em
excesso abre comportas para abusos injustificáveis e de lamentáveis efeitos no
psiquismo profundo.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: pinupme2.blogspot.com
Um comentário:
A temática sexual é muito complexa para o indivíduo comum, que ora pende para a negação total, ora para a liberação total, sem atentar que a virtude é a moderação.
Não se pode deixar levar a extremismos, e aqui o impulso é natural: Há que domá-lo.
Beijos.
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