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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sábado, 26 de agosto de 2017

BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS II

                Grande parte das nossas dificuldades atuais são causadas por nós mesmos, na busca incessante por facilidades e confortos materiais. Para ganhar dinheiro, fama e poder, muitas vezes ofendemos, fazemos escolhas equivocadas, somos egoístas, impiedosos e orgulhosos. É justo que, no curso de uma nova existência, resgatemos nossos débitos com as criaturas e até conosco mesmo, entendendo que somos responsáveis por tudo que sentimos, pensamos e fazemos. Isso explica também as nossas provações e passamos a enxergar a Terra como um imenso território adequado para abrigar espíritos em evolução para a perfeição possível. Neste mundo de expiações e de provas, ainda há a necessidade de experiências dolorosas e desagradáveis, para que os espíritos descubram o prazer de fazer o bem e de viver como irmãos. Enquanto permanecer na rebeldia e não agradecer o benefício da aflição momentânea, a criatura irá de ações e reações, sofrendo o que fez sofrer, colhendo do que plantou, até compreender que somente dela depende libertar-se das aflições desta vida. Em suma, todas as atribulações de nossa vida terrena são consequências de nossas faltas. Quando volvemos nosso olhar para os missionários do mundo moderno, que tanto sofreram dores físicas com enfermidades terríveis, mister se faz lembrar da afirmação de Kardec de que muitas dessas aflições são provas escolhidas pelos próprios espíritos, que as pediram para apressar seu adiantamento ou para concluir processos purificatórios.
                Por último, muito embora o capítulo 5, do Evangelho Segundo o Espiritismo jamais nos permitirá ser tão conclusivos, é fundamental entender a diferença entre prova e expiação. Expiação é sofrer as consequências de nossas faltas, passar pelos mesmos sofrimentos causados a nós ou aos outros, para que desperte em nós a consciência do sofrimento que provocamos, aproveitando as oportunidades para reparar os males causados, corrigindo-nos e prosseguindo em nossa evolução em melhores condições. Já as provações são testes de avaliação do aprendizado, passando pelas mesmas dificuldades que deram origem às ações negativas para resolvê-las, sem ferir a ninguém, usando-as para o desenvolvimento das nossas qualificações intelectuais e morais. Kardec ensina que “a expiação serve sempre de provas, mas a prova nem sempre é uma expiação. Mas provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa ser provado”. Por tudo isso, entender que “bem-aventurados os aflitos” é entender  Deus e reconhecer a necessidade de resignar-se; submeter-se, voluntariamente, às Suas leis, compreendendo que sendo Ele, o Absoluto na perfeição e causa de tudo que existe, por certo não comete erros ou enganos e Suas leis sábias e amorosas se obedecidas, hão de nos levar à felicidade. Esta é a resignação preconizada pelo espiritismo, uma submissão ativa, fruto do entendimento dos objetivos da vida e dos seres, assimilando a promessa de Jesus quando oferta as bem-aventuranças aos que sofrem, aos aflitos. O Mestre não espera que não choremos pela dor, mas nos pede para que tentemos sorrir pela benção da oportunidade de ressarcimento das dívidas do passado, entregando-nos à vontade do Pai. A resignação é a coragem da virtude. (Caibar Schutel)

Orlando Ribeiro

Fonte: Jornal Espiritismo Estudado – abril/2016
imagem: google

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