Toda realização pensada, sentida
e cultivada dá surgimento à memória, que registra as impressões mais fortemente
experimentadas.
A criatura humana deve preocupar-se,
no bom sentido, com as emoções e acontecimentos positivos, de forma a guardar
memórias que contribuam, por estímulos, para o próprio engrandecimento, para a
harmonia pessoal.
Acossada, porém, pelo medo e
pelo costumeiro pessimismo, que se atribui contínuas desventuras, passa com
ligeireza emocional pelas alegrias, enquanto se detém nos desencantos.
Convidada aos padrões de
bem-estar, busca com sofreguidão o autoflagelo, utilizando-se de mecanismos
masoquistas para inspirar compaixão, quando possui equipamentos preciosos que
fomentam e despertam o amor.
Nega-se, por sistemática
ausência de consciência, a empolgar-se com a luz, a beleza, o sentido da vida,
entregando-se aos caprichos da rebeldia, filha dileta do egoísmo insatisfeito.
Acreditando tudo merecer,
atribui-se méritos que não possui e recusa-se a conquista-los.
Compara-se com aqueloutras que
vê em diferentes patamares, sem dar-se ao cuidado de examinar os sacrifícios
que foram investidos, ou o que sente, quem lá se encontra, estabelecendo
conceitos de felicidade, conforme pensa que as outras usufruem.
Este é um estágio que remanesce
do primitivismo do instinto, antes da fixação da consciência.
Aprisiona-se aos atavismos dos
quais se deveria libertar e cerra as possibilidades que lhe facultam os voos
mais altos do sentimento e da razão. A alternativa da desdita e a perturbação
da consciência tornam-se inevitáveis, gerando um comportamento que conduz à
alienação.
A consciência é uma conquista
iluminativa. A sua preservação resulta do esforço que estabelece o caráter do
ser.
Todos os seres passam pelos
mesmos caminhos e experimentam equivalentes desafios. O comportamento, em cada
teste, oferece a promoção ou o estacionamento indispensável à fixação da
aprendizagem. A conquista, portanto, do progresso, é pessoal e intransferível,
o que é lei de justiça e de equanimidade.
Cada um ascende através dos
impulsos sacrificiais que desenvolve.
Fonte: MOMENTOS DE SAÚDE E DE CONSCIÊNCIA
Divaldo P. Franco/Joanna
de Ângelis
Nenhum comentário:
Postar um comentário