O pensamento não procede do cérebro. Este tem a
função orgânica de registrá-lo e, vestindo-o de palavras, externa-lo, como por
intermédio da arte nas suas incontáveis apresentações.
O pensamento é exteriorização da mente, que independe
da matéria e, por sua vez, é originada no espírito.
O espírito possui a faculdade mental que expressa o
pensamento em todas as direções, utilizando-se do cérebro humano para comunicar
suas ideias com as demais pessoas.
A primeira expressão do pensamento – fase inicial do
processo da evolução orgânica e mental – é a primária, na qual a linguagem se
apresenta de forma instintiva, sensorial, sem comunicação intelectiva, de
natureza verbal e clara. São impulsos que decorrem das necessidades imediatas,
buscando exterioriza-las e tê-las atendidas.
Graças às heranças genéticas, ao processo de
crescimento (filogenético) e aos fatores mesológicos/sociais, o ser passa para
o pré-mágico, no qual a fantasia se apresenta em forma de imaginação rica de
mitos que se originam no medo, nas aspirações de equilíbrio, de prazer –
períodos da caverna, da palafita – para dar início aos cultos por meio dos
sacrifícios humanos, como forma de aplacar a ira, a fúria dos elementos cruéis,
os deuses da vingança, da inveja, do ódio, que lhe pareciam governar vida, a natureza, o destino.
Naturalmente, mais tarde, vem o período mágico, que
se instalou na era agrária, dando origem às grandes civilizações do passado com
toda a concepção politeísta, inspirada nos fenômenos que se enriqueciam de
ideias mitológicas, muitas das quais, na tragédia grega, oferecem campo para as
admiráveis interpretações psicanalíticas.
A próxima fase foi a de natureza egocêntrica,
caracterizada pela ambição de ser o alvo central de tudo que passa a girar em
torno do interesse do ego em detrimento da coletividade, qual ocorre na
criança.
É inevitável o processo de crescimento mental e o
pensamento faz-se logico, entendendo a realidade concreta da vida, os fenômenos
e suas leis, interpretando o abstrato de maneira fecunda e raciocinando dentro
de diretrizes equilibradas, fundamentadas na razão. A linha de raciocínio
lógico exige a formulação de dados que facultam o estabelecimento de fatores
para que a harmonia dos conteúdos seja aceita.
Nessa fase, o pensamento se torna intuitivo, não
necessitando de parâmetros racionais, extrapolando o limite dos dados da razão,
por expressar-se de forma inusitada no
campo atemporal, viajando para a área da paranormalidade, das percepções
extrafísicas.
AUTODESCOBRIMENTO: UMA
BUSCA INTERIOR
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
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