Outro dia, quando fazia a caminhada matinal, ao passar diante de um condomínio em construção, um homem – vigia noturno da obra – lia a Bíblia para uma mulher.
Meu primeiro impulso foi pensar: “Um evangélico querendo converter alguém, logo cedo”. Mas, lembrando-me da alteridade, mudei meu estado de espírito com relação àquela situação e iniciei um discurso de censura para comigo mesma. Logo em seguida, porém, recordei-me das lições que venho aprendendo com esta Agenda Mínima, enquanto a vou escrevendo. Então, ao invés da auto-censura, preferi “olhar” a cena com uma visão diferente, e fiquei comovida com o que vi: uma pessoa pobre, certamente sem instrução, ocupando-se em repassar a outrem os ensinamentos de Jesus, quando poderia estar comentando o crime da véspera que ainda circulava na mídia e na boca do povo.
Olhei-os então com outros olhos e enviei-lhes uma vibração afetuosa. Segui caminho, sentindo-me feliz, desse tipo de felicidade que sentimos quando olhamos o outro com afeto, com alteridade e com humildade.
Assim, por tudo que podemos observar em nós e em torno de nós, é possível perceber a importância da alteridade em todos os relacionamentos. Nos meios espíritas ela se torna uma postura de vanguarda, sinalizando um modelo de convívio para o novo tempo, o mundo de regeneração.
A afetividade e a alteridade também são importantes para a paz. Ver os outros com olhar alteritário minimiza quaisquer razões para a violência. Vê-los com olhar afetivo dilui as vibrações agressivas e desfaz impulsos violentos.
O escritor e palestrante espírita Alkíndar de Oliveira, pinçou algumas observações do espírito Ermance Dufaux, do livro Reforma Íntima sem Martírio, psicografado por Wanderley S. Oliveira, nas quais vale a pena refletir:
“Aprender a discordar sem gostar menos, de nossos companheiros.”
“Aceitar cada pessoa como é, procurando entender os “porquês” dos incômodos que sentimos com esse ou aquele coração.”
“Pensar sempre com bondade sobre quaisquer pessoas, em quaisquer situações.”
“Ajuizar, com isenção de ânimo, o valor das idéias alheias.”
“Onde houver duas ou mais pessoas reunidas... ali estará o conflito. Cabe a nós aprender a administrar os conflitos interpessoais e isto só será possível se tivermos alteridade.”
E que viva o amor, em todas as suas manifestações.
Extraído do Blog: http://conscienciaevida.blogspot.com/
2 comentários:
Beijo, beijo querida! ;)
She
Bela mensagem.Muita paz e muita luz.Beijos
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