Que todos nós temos muitas mazelas a eliminar e que isso nos aponta a condição pouco evoluída que nos encontramos, não é segredo e tampouco novidade. Mas é importante lembrar que o Cristo nos deixou a orientação quanto ao caminho para alcançarmos esta perfeição moral: “amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Então, qual é a dificuldade de buscarmos esta transformação moral, que também podemos chamar de reforma íntima?
Infelizmente trazemos, de muito tempo, uma série de
vícios infelizes e daninhos, os quais muitas vezes fazem com que não
aproveitemos a oportunidade reencarnatória. Quanta mágoa, ódio, inveja, desejo
de vingança e muitos outros sentimentos inferiores ainda fazem parte do nosso
dia a dia e, sem dúvida, vencê-los não é fácil. Todavia, se estudarmos todos os
vícios, veremos que dentro de cada um, encontramos ele: o egoísmo.
Na questão 913 de O Livro dos Espíritos, Kardec
questiona a espiritualidade sobre qual seria o vício mais radical. A resposta é
enfática e clara, pois orientam os benfeitores que quem quiser desde esta vida
ir se aproximando da transformação moral, deve expurgar de seu coração todo o
sentimento de egoísmo, visto que ele neutraliza todas as outras qualidades. Mas
como lidar com o egoísmo? Aplicando em nossas vidas o antagonismo deste mal, ou
seja, a caridade.
Sim, a caridade tão discutida dentro dos centros
espíritas é, sem dúvida nenhuma, nosso remédio seguro e eficaz contra as
moléstias do egoísmo. Mas quando se lê caridade, a primeira idéia que se tem é
de levar o pão a quem tem fome, o agasalho a quem está com frio, o calçado ao
pé descalço e etc. realmente, estes atos de solidariedade e amor ao próximo são
caridade, mas desde que sejam aplicados com humildade, sem permitir que o
auxiliado sinta-se humilhado ou inferiorizado. Este tipo de caridade é
necessária e importante, mas a caridade em sua essência vai muito além, ser
caridoso é saber ouvir, esperar, compreender, ser fraterno. É amar.
Ainda em O Livro dos Espíritos, questão 886,
encontramos o que é caridade segundo entendia Jesus: benevolência para com
todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. É
fundamentalmente neste conceito de caridade que devemos nos ater, primeiro
porque foi o nosso Mestre e Governador do orbe que orientou.
Além disso, vivenciando a bondade, a tolerância e a
compreensão para com todos, isso mesmo, não só com os que nos agradam,
estaremos dando os primeiros passos rumo a nossa transformação que deve começar
imediatamente, o que se torna mais fácil com as orientações e esclarecimentos
que encontramos dentro da Doutrina Espírita, embora demande esforço e
comprometimento íntimo.
Precisamos fazer com que nossa fé se torne ativa,
para que ela possa assim como orientou Kardec, “encarar a razão face a face em
todas as épocas da humanidade”, o que com certeza não resolverá nossos
problemas, porém, nos auxiliará a enxergar estes mesmos problemas, como
oportunidades de aprendizado e crescimento. E mudando a forma de ver as coisas,
podemos mudar todo o sentido de nossas existências.
Aproveitemos todo o conhecimento obtido por meio das
palestras públicas, da literatura edificante e principalmente dos estudos em
grupo que as casas espíritas oferecem, pois assim, alimentamos esta fé
raciocinada, a qual nos dará todo suporte para caminharmos firmes e confiantes,
buscando ser cada dia mais caridosos e comprometidos co as orientações de
Jesus, o que lapidará naturalmente nossas más inclinações, permitindo que
conquistemos a arte sublime de amar e que nos conduzirá a transformação moral.
Junior Pinheiro
Fonte: Jornal Verdade e
Vida – fev/mar-2013
Um comentário:
Muito especial e reflexivo o texto,Denise.
Todos os maus desejos e pensamentos negativos só fazem prejudicar nosso corpo físico e espírito.
Feliz Dia das Mães!
Beijos e Paz!
Donetzka
Postar um comentário