As ilusões que criamos servem-nos, de certa forma, de
defesas contra nossas realidades amargas. Embora possam, por um lado, nos
poupar das dores momentaneamente, por outro, nos tornam prisioneiros da
irrealidade. Para possuir uma mente sã, é preciso que tenhamos a capacidade de
aceitação da realidade, jamais fugindo dela.
Muitos de nós conservam a ilusão de que a posse
material proporciona a felicidade; de que o poder e a fama garantem o amor; de
que a força bruta lhes daria uma integral gratificação na vida. Quase sempre,
desenvolvemos essas ilusões na infância com nossos pais, professores, outros
parentes, como sendo reais ensinamentos, quando, em verdade, não passam de
crenças distorcidas de indivíduos que tinham o dinheiro e o sexo como
divindades supremas.
Mesmo quando crescidos e maduros, sentimos medo de
abandoná-las. Não será fácil renunciarmos
a essas ilusões, se não nos conscientizarmos de que a alegria e o
sofrimento não estão nos fatos e nas coisas da vida, mas sim na forma como a
mente os percebe. Enquanto usarmos nossa mente, sem que elar esteja ligada a
nossos sentidos mais profundos, ficaremos agarrados a esses valores ilusórios.
Às vezes, na denominada educação ou norma social,
assimilamos as ilusões dos outros como sendo realidades. Aprendemos, desde a
mais tenra idade, que certas emoções são ruins, enquanto outras são boas.
Importa considerar, no entanto, que as emoções são amorais e que senti-las é
muito diferente do agir com base nelas, eis quando passam a ser uma questão
moral/social.
(continua)
Do
livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
Um comentário:
Que palavra equilibrada, não? Quando eu crescer quero ser assim como o Hammed. Pena que eu cresça tão devagar, já 60 anos, e tão pequeno!
Mas, um dia chego lá.
Beijos.
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