Surgem-lhe os pródromos, na fase do
instinto, abrindo espaço para a razão, como fenômeno natural do desenvolvimento
antropológico-psicológico-socio-lógico da criatura.
O discernimento do bem e do mal, do certo e
do errado, e as aquisições ético-morais
aparecem, como se fossem o medrar espontâneo da essência divina de que é
constituído o Espírito; todavia, o aprimoramento e a profundidade desses
valores dependem do empenho, do interesse, das realizações de cada um.
Graças, porém, à reencarnação, o
progresso do ser é imperioso, inevitável, e os mecanismos da evolução se
expressam, trabalhando-o e promovendo-o a níveis e patamares cada vez mais
elevados, até quando o ser, liberto dos conflitos, conquista os sentimentos que
canalizará na direção de novas metas, que alcança realizando-se,
plenificando-se.
Já não luta contra as coisas, mas
luta pelas coisas, que aprende a selecionar e qualificar, abandonando, por
superação, as paixões dissolventes e fixando os valores que enobrecem.
Percebendo-se instrumento da vida,
que faz parte da harmonia do Universo, o indivíduo supera a raiva, e não
compete para destruir, mas trabalha para fomentar o progresso, no qual se
engaja e se realiza.
A conquista de si mesmo resulta,
portanto, do amadurecimento psicológico, pela racionalização dos
acontecimentos, e graças às realizações da solidariedade, que facultam a
superação das provas e dos sofrimentos, os quais passam então a ter um comportamento
filosófico dignificante — instrumentos de valorização da vida — ao invés de
serem castigos à culpa oculta, jacente no mundo íntimo.
A libertação dessa consciência
doentia facilita o entendimento do mecanismo da responsabilidade no
comportamento que estabelece o lema: A
cada um conforme os seus atos, segundo ensinou o Terapeuta Galileu.
Senhor do discernimento, o homem
descobre que colhe de acordo com o que semeia, e que tudo quanto lhe acontece,
procede, não tendo caráter castrador ou punitivo. Sente-se emulado a gerar
novos futuros efeitos, agindo com consciência e produzindo com eqüidade. Tal
conduta proporciona-lhe a alegria que provém da tranquilidade da realização,
considerando que sempre é tempo de reparar, e postergação é-lhe prejuízo para
a economia da sua plenificação.
O homem que se conquista supera os mecanismos
de fuga, de transferência de responsabilidade, de rejeição e outros, para
enfrentar-se sem acusação. sem justificação, sem perdão.
Descobre a vida e que se encontra
vivo, que hoje é o seu dia, utilizando-o com propriedade e sabedoria. Não tem passado,
nem futuro, neste tempo intemporal da relatividade terrestre, e a sua é uma
consciência atual, fértil e rica de aspirações, que busca a integração na
Cósmica, que já desfruta, vivendo-a nas expressões do amor a tudo e a todos
intensamente.
A conquista de si mesmo é lograda
mediante o querer.
Jesus afirmou que se poderia fazer tudo quanto Ele fez, se se quisesse, bastando empenhar-se e
entregar-se à realização. Para tanto, necessário seria a fé em si mesmo, nos
valores intrínsecos, que seriam desenvolvidos a partir do momento da opção.
A conquista de si mesmo está ao alcance
do querer para ser, do esforçar-se para triunfar,
do viver para jamais morrer...
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
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