O homem ou a mulher de personalidade infantil deseja o
espaço do outro, sem querer ceder aquele que acredita seu. Quando consegue,
limita a movimentação do afeto, a quem deseja subjugar por hábeis maneiras
diversas, escondendo a insegurança que é responsável pela ambição atormentada.
Se não logra, parte para o jogo dos caprichos, que termina em incompatibilidade de temperamentos, disfarçando
as suas reações neuróticas.
A vida feliz é um dar, um incessante receber.
Toda doação gratifica, e nela, embutida, está a
satisfação da oferta, que é uma forma de gratulação. Aquele que se recusa a
distribuição padece a hipertrofia da emoção retribuída e experimenta carência,
mesmo estando na posse do excesso.
Somente doa, cede, quem tem e é livre, interiormente
amadurecido, realizado. Assim, mesmo quando não recebe de volta e parece haver
perdido o investimento, prossegue pleno, porqüanto, somente se perde o que não
se tem, que é a posse da usura e não o valor que pode ser multiplicado.
A pessoa se deve acostumar com o seu espaço, liberando-se
da propriedade total sobre ele e adaptando-se, mentalmente, à idéia de
reparti-lo com outrem, mantendo porém, integral, a sua liberdade íntima, cujos
horizontes são ilimitados.
Ademais, deve considerar que os espaços físicos são transitórios,
em razão da precariedade da própria vida material, que se interrompe com a
morte, transferindo o ser para outra dimensão, na qual os limites tempo e
espaço passam a ter outras significações.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
2 comentários:
Se perde mesmo é o que não se semeia.
As retribuições materiais são enganadoras, doando sempre está se semeando, só a colheita mostrará isso claramente.
Beijos.
Olá Denise, gostei muito desse texto! Li a primeira parte e hoje consegui voltar para ver a segunda...Lindo!
"Toda doação gratifica, e nela, embutida, está a satisfação da oferta"
Como é linda e verdadeira essa frase.
Denise, um FELIZ NATAL a você e família, que Jesus os abençoe sempre!
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