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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A RECONQUISTA DA IDENTIDADE I


     A imaturidade psicológica do homem leva-o a anular a própria identidade, face aos receios em relação às lutas e ao mundo nas suas características agressivas. A timidez confun­de-o, fazendo que os complexos de inferioridade lhe aflo­rem, afastando-o do grupo social ou propelindo-o à tomada de posições que lhe permitam impor-se aos demais. A vio­lência latente se lhe desvela, disfarçando os medos que lhe são habituais.
Ocultando a identidade, mascara-se com personalidades temporárias que considera ideais — cada uma a seu turno — e que são copiadas dos comportamentos de pessoas que lhe parecem bem, que triunfaram, que são tidas como modela­res, na ação positiva ou negativa, aquelas que quebraram a rotina e que, de alguma forma, fizeram-se amadas ou temidas.
Gestos e maneirismos, trajes e ideologias são copiados, assumindo-lhes o comportamento, no qual se exibe e conso­me, até passar a outros modelos em voga que lhe despertem o interesse.
Na superficialidade da encenação, asfixia-se, mais se con­flitando em razão da postura insustentável que se vê obriga­do a manter.
Como efeito do desequilíbrio, passa a fingir em outras áreas, evitando a atitude leal e aberta, mas, sempre sinuosa, que lhe constitui o artificialismo com que se reveste.
Vulnerável aos acontecimentos do cotidiano, sem identi­dade, é pessoa de difícil relacionamento, vez que tem a preo­cupação de agradar, não sendo coerente com a sua realidade interior e, mutilando-se psicologicamente, abandona, sem escrúpulos, os compromissos, as situações e as amizades que, de momento, lhe pareçam desinteressantes ou perturbadoras...
A falta de identidade cria o indivíduo sem face, dissimu­lador, com loquacidade que obscurece as suas reais impres­sões, sustentando condicionamentos cínicos para a sobrevi­vência da representação.
Cada criatura é a soma das próprias experiências cultu­rais, sociais, intelectuais, morais e religiosas. O seu arquéti­po é caracterizado pelas suas vivências, não sendo igual ao de outrem. A sua identidade é, portanto, a individualidade real, modeladora da sua vida, usufrutuária dos seus atos e realizações.
No variado caleidoscópio das individualidades, surge o grupo social das afinidades e interesses, das aspirações e tro­cas, da convivência compartilhada.
Os destaques são aquelas de temperamento mais vigoro­so de que o grupo necessita, na condição de líderes naturais, de expressões mais elevadas, que servem de meta para os que se encontram na retaguarda. Nenhum contra-senso ou prejuízo em tal exceção.
A generalidade é o resultado dos biótipos de nível equi­valente, sem que sejam pessoas iguais, que não as existem, porém, com uma boa média de realizações semelhantes.
Em razão do processo reencarnatório, alguns indivíduos recomeçam a existência física sob injunções conflitantes, que devem enfrentar, sem fugir aos objetivos que a Vida a todos destina.
Como cada um é a sua realidade, ninguém melhor ou pior, face à sua tipologia. Existem os mais e os menos dotados, com maior ou menor soma de títulos, de valores, porém, ne­nhum sem os equipamentos hábeis para o crescimento, para alcançar o ideal desafiador que luz à frente.

(continua)


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis


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