Quando cremos que tudo provém do acaso e que nada
existe senão o que os olhos físicos conseguem visualizar, iniciamos em nós o
processo de inferioridade. Criamos, a partir daí, um estilo de vida
inconsciente, baseado em que não somos nada e, em nossas profundezas,
consideramos ser o produto momentâneo do acaso. Rejeitamos a riqueza
incomensurável de nosso mundo interior e do universo e não acreditamos na
plenitude da Vida Mais Alta, porque desprezamos a Perfeita Ordem Divina.
Ignoramos a essência sagrada que habita em nós e lutamos contra uma suposta má
sorte, que nos fataliza a desgastar enorme quantidade de energia, por não
reconhecermos as Leis Naturais que regulam tudo e todos.
Voltaire escreveu: O acaso não é, não pode ser, senão
a causa ignorada de um efeito desconhecido.
Quando a pretensão e o orgulho tomam conta de nossos
atos, nossa maneira de ser passa a fundamentar-se numa constante
supercompensação negativa de nosso sentimento de inferioridade, por
acreditarmos que somos, simplesmente, uma combinação fortuita da matéria.
A criatura materialista precisa crer que é superior,
para compensar sua crença na insignificância da existência ou na falta de
sentido em que vive. O ser espiritualizado acredita que não é pior nem melhor
do que os outros, porque percebe e age com seus sentidos voltados para a
eternidade e sabe que cada pessoa é tão boa quanto pode ser, conforme seu grau
evolutivo.
No entanto, o materialista prossegue e sua jornada,
crescendo e descobrindo que o caminho da felicidade é uma trilha que o leva
para dentro de si mesmo e o conduz até a Fonte Verdadeira, libertando-o da
prisão dos sentidos para a plenitude existencial.
A providência primeira e essencial, para que possamos
nos curar do sentimento de baixa estima ou inferioridade, é a convicção na
imortalidade das almas e na pluralidade das existências, somada à crença de que
somos seres espirituais criados plenos e completos, vivendo uma experiência
humana com o objetivo de nos conscientizarmos dessa nossa plenitude inata. As
providências seguintes a serem tomadas deverão ser reflexões sobre as causas de
nossos sentimentos de inferioridade, o modo como foram adquiridos e as crenças
que os motivaram.
É essencial lembrar-nos de que sempre é possível
alterar ou transformar nosso estilo de vida. Para tanto, não duvidemos de
nossas aptidões e vocações naturais, nem questionemos, sistematicamente, nossas
forças interiores, para obtermos autoconfiança, somente é preciso
reivindicarmos, valorosamente, o que já existe em nós por direito divino.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: docaminhodaluz.blogspot.com
2 comentários:
Olá,querida Denise
Deus nos reveste de dons e talentos para que nos ocupemos bem os dias aqui na Terra para não cairmos na inutilidade e na descrença... na baixa estima...
Ele nos ama e tudo o mais é acréscimo...
Bjm fraterno
O espiritualismo mal orientado leva a comportamentos paradoxais, com exclusivismos irracionais.
O materialismo, no entanto, pode gerar atitudes extremistas, tipo 'tudo ou nada', que são altamente danosas ao ser humano.
Beijos.
Postar um comentário