A vida se mantém sob
padrões de ordem, onde quer que se manifeste. Não há, aí, exceção para o
comportamento do homem. Por esta razão, o uso indevido de qualquer função
produz distúrbios, desajustes, carências, que somente a educação do hábito
consegue harmonizar.
Afinal, o homem não é
apenas um feixe de sensações, mas, também, de emoções, que pode e deve
canalizar para objetivos que o promovam, nos quais centralize os seus interesses,
motivando-o a esforços que serão compensados pelos resultados benéficos.
Exclusão feita aos
portadores de enfermidades mentais a se refletirem na conduta sexual, o
pensamento é portador de insuspeitável influência, no que tange a uma salutar
ou desequilibrada ação genésica. O mesmo fenômeno ocorre nas mais diferentes
manifestações da vida humana. Mediante o seu cultivo, eles se exteriorizam no
comportamento de forma equivalente.
A vida, portanto,
saudável, na área do sexo, decorre da educação mental, da canalização correta
das energias, da ação física pelo trabalho, pelos desportos, pelas conversações
edificantes que proporcionam resistência contra os derivativos, auxiliando o
indivíduo na eleição de atitudes que proporcionam bem-estar onde quer que se
encontre.
As ambições
malconduzidas, toda frustração decorrente do querer e não poder realizar, dão
nascimento ao conflito. O conflito, por sua vez, quando não eqüacionado pela
tranqüila aceitação do fato, sobrepondo a identidade real ao ego dominador e
insaciável, termina por gerar neuroses. Estas, sustentadas pela insatisfação,
transmudam-se em paranóia de catastróficos resultados na personalidade.
Considerado na sua função
real e normal, o sexo é santuário da vida, e não paul de intoxicação e morte.
Estimulado pelo amor, que
lhe tem ascendência emocional, propicia as mais altas expressões da beleza, da
harmonia, da realização pessoal; acalma, encoraja para a vida, tornando-se um
dínamo gerador de alegrias.
Os problemas sexuais se
enraízam no espírito, que se aturde com o desregramento que impõe ao corpo,
exaurindo as glândulas genésicas e exteriorizando-se em funções incorretas,
que se fazem psicopatologias graves, a empurrar a sua vítima para os abismos da
sombra, da perversidade e do crime.
A liberação das distonias
sexuais, mais perturbam o ser, que se transfere de uma para outra sensação com
sede crescente, mergulhando na promiscuidade, por desrespeito e desprezo a si
mesmo e, por extensão, aos outros. A sua é uma óptica desfocada, pela qual
passa a ver o mundo e as demais pessoas na condição de portadoras dos seus
mesmos problemas, só que mascaradas ou susceptíveis de viverem aquela conduta,
quando não deseja impor a sua postura especial como regra geral para a
sociedade.
Sob conflito psicológico,
o portador de problema sexual, ou de outra natureza, não se aceita, fugindo
para outros comportamentos dissimuladores; ou quando se conscientiza e resolve-se
por vivê-lo, assume feição
chocante, agressiva, como uma forma de enfrentar os demais, de maneira
antinatural, demonstrando que não o digeriu nem o assimilou.
Toda exibição oculta um
conflito de timidez ou inconformação, de carência ou incapacidade.
Uma terapia psicológica
bem cuidada atenua o problema sexual, cabendo ao paciente fazer uma tranqüila
auto-análise, que lhe faculte viver em harmonia com a sua realidade interna,
nem sempre compatível com a sua manifestação externa.
Não basta satisfazer o
sexo — toda fome e sede, de momento, saciadas, retornam, em ocasião própria —
mas, harmonizar-se, emocionalmente, vivendo em paz de consciência, embora com
alguma fome perfeitamente suportável, ao invés do constante conflito da
insatisfação decorrente da imaginação fértil, que programa prazeres contínuos
e elege companhias impossíveis de conseguidas em qualquer faixa sexual que se
estagie.
Ninguém se sente pleno,
no mundo, acreditando-se haver logrado tudo quanto desejava.
A aspiração natural e
calma para atingir um próximo patamar, faz-se estímulo para o progresso do
indivíduo e da sociedade.
Os problemas sexuais, por
isto mesmo, devem ser enfrentados sem hipocrisia, nem cinismo, fora de padrões
estereotipados por falsa moralidade, tampouco levados à conta de pequeno
significado. São dificuldades e, como tais, merecem consideração, tempo e ação
especializada.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: scienceblogs.com.br
Um comentário:
Harmonizar-se, eis o segredo!
Ninguém pode alcançar uma vida salutar carregando conflitos íntimos.
Por isso torna-se urgente resolver-se a si mesmo.
O conhecimento espiritual faculta esse comportamento.
Beijos.
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