A dor não é uma punição. Antes, revela-se um
excelente mecanismo da vida a serviço da própria vida.
Fenômeno de desgaste pelas alterações naturais da
estrutura dos órgãos – à medida que a energia se altera advém a deteriorização
do invólucro material que ela vitaliza – essa disjunção faz-se acompanhada
pelas sensações desagradáveis da angústia, desequilíbrio e dor, conforme seja a
área afetada no indivíduo.
Desse modo, é inevitável a ocorrência do sofrimento
na Terra e nas áreas vibratórias que circundam o planeta, nas quais se
movimentam os seus habitantes. Ele faz parte da etapa evolutiva do orbe e de todos
quantos aqui estagiam, rumando para planos mais elevados.
Na variada gênese do sofrimento, todo esforço para
mitigá-lo, sem a remoção das causas, não logrará senão paliativos, adiamentos.
Mesmo quando alguma injunção premie o enfermo com uma súbita liberação, se a
terapia não alcançou as razões que o desencadeiam, ele transitará de uma para
outra problemática sem conseguir a saúde real.
Isso porque, em todo processo degenerativo ou de
aflição, o espírito, em si mesmo, é sempre o responsável, consciente ou não. E,
naturalmente, só quando ele se resolve pela harmonia interior, opera-se lhe a
conquista da paz.
Em tal situação, mesmo ocorrendo os processos
transformadores da ação biológica, o sofrimento disso decorrente não afeta a
emoção nem se transforma em casa de danos. À semelhança de outros automatismos
fisiológicos, a consciência não lhe registra a manifestação.
O sofrimento, portanto, pode e deve ser considerado
uma doença da alma, que ainda se atém às sensações e opta pelas direções e
ações que produzem desequilíbrio. Nessa fase, dos interesses imediatos, todo um
emaranhado de paixões primitivas propele o ser na direção do gozo, sem a ética
necessária ou o sentimento de superior eleição, e o atira nos cipoais dos
conflitos que geram a desarmonia das defesas orgânicas, as quais cedem à
invasão de micróbios e vírus que lhe destroem a imunidade, instalando-se,
insaciáveis, devoradores.
Da mesma forma, os equipamentos mentais
hipersensíveis desajustam-se, abrindo campo à instalação das alienações, das
obsessões cruéis.
Por extensão, pode-se dizer que o sofrimento não é
imposto por Deus, constituindo-se eleição de cada criatura, mesmo porque, a sua
intensidade e duração estão na razão direta da estrutura evolutiva, das
resistências morais características do seu estágio espiritual.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
2 comentários:
Olá, querida Denise
A dor fez parte da vida de Jesus, assim que não pode deixar de estar presente na nossa, pecadores perdoados e amados...
Bjm fraternal
Deus não premia nem castiga, e é difícil para as pessoas entenderem este mecanismo. achei excelente o texto, todos deveriam ter este entendimento. bjs :)
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