Na condição de enfermidade, o sofrimento, para ser
curado, encontra diversos meios eficazes. Alguns o atenuam, outros são inóquos,
e raros se apresentam como de eficiência incontestável.
A cura real, porém, somente se concretizará se a
terapia extirpar-lhe as causas. Enquanto não se extingam as suas fontes
geradoras, ele se manifestará inevitavelmente.
Desde que o mau uso da razão o origina, é
indispensável agir no fulcro do seu desencadeamento, de modo a fazer cessar a
energia que o aciona e vitaliza.
Nos reinos irracionais, nos quais o sofrimento
resulta do fenômeno evolutivo através do desgaste natural das formas por
desestruturação das moléculas e células, o concurso do amor humano atenua-lhe a
intensidade, alterando o campo e proporcionando lenitivo de equilíbrio ou
saúde.
O homem, que pensa, é responsável pela preservação da
vida, que se manifesta em outros matizes e faz parte do conjunto que lhe
sustenta a existência, possibilitando a evolução de todos os seres e princípios
vitais.
Desse modo, os atentados e a desconsideração à
ecologia se refletem na vida humana, qual ocorre com sua preservação e
cuidados. São as ações respondendo pelos seus efeitos.
A fim de que se possa fazer cessar o sofrimento,
torna-se imprescindível a aquisição de uma consciência responsável, capaz de
remontar-lhe às origens, analisá-las e trabalhá-las com direcionamento
adredemente planejado.
A educação do pensamento, a disciplina dos hábitos e
a segurança das metas são os recursos hábeis para o logro, sem os quais todas
as terapias e técnicas se tornam paliativas, sem resultarem solucionadoras.
Em alguns casos o sofrimento, em si mesmo, ainda é a
melhor terapia para o progresso humano. Enquanto sofre, o homem menos s e
compromete, demorando-se em reflexão, de onde partem as operações de
reequilíbrio. É comum a mudança de comportamento para pior, quando diminuem os
fatores afligentes. Uma sede de comprometimento parece assaltar o indivíduo imaturo,
que parte para futuras situações penosas, complicando os parcos recursos de que
dispõe. Desse modo, a duração do sofrimento muito contribui para uma correta
avaliação dos atos a que ele se deve entregar. Porque se origina no
primitivismo pessoal, pensamentos e ações reprocháveis induzem-no a uma existência
infeliz, da qual se liberta somente quando se resolve por escalar a montanha do
esforço direcionado para a evolução, a serenidade, a harmonia, trabalhando os
metais grosseiros da individualidade e moldando-os no calor do sacrifício.
Sem
esse, não há elevação moral, nem compreensão das finalidades da existência
terrena.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
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