(Emmanuel)
Terás talvez contigo jovens difíceis para instalar convenientemente
na vida.
Inquestionavelmente é preciso apoiá-los quanto se nos faça possível.
Capacitemo-nos, porém, de que ampará-los não será traçar-lhes a obrigação de
copiar-nos os tipos de felicidade ou vivência.
Claro que não nos compete o direito de abandoná-los a si próprios
quando ainda inexperientes. Entretanto, isso não significa devamos
destruir-lhes a vocação, furtando-lhes a autenticidade em que se lhes
caracteriza a existência.
Sonharemos para nossos filhos, no mundo, invejável destaque nas
profissões liberais com primorosas titulações acadêmicas, mas é provável hajam renascido
conosco para os serviços da gleba, aspirando a adquirir duros calos nas mãos a
fim de se realizarem na elevação que demandam.
De outras vezes ideamos para eles a formação do lar em que nos
premiem o anseio de possuir respeitáveis descendentes. No entanto, é possível
estejam conosco para longas experiências em condições de celibato, carregando
problemas e provas que lhes dizem respeito ao burilamento espiritual.
Às vezes gritamos revoltados contra eles, exigindo nos adotem o modo
de ser. Frequentemente, porém, se isso acontece, acabamos por perdê-los em mãos
que lhes deslustram os sentimentos ou lhes estragam a vida, quando não os
empurramos, inconscientemente, para a furna dos tóxicos ou para os
despenhadeiros do
desequilíbrio mental com que se matriculam nos manicômios.
Compadece-te dos filhos que pareçam diferentes de ti.
Aceita-os como são e auxilia a cada um deles na integração com o
trabalho em que se façam dignos da vida que vieram viver.
Ampara-os sem imposição e sem violência.
Antes de te surgirem à frente por filhos de teu amor, são filhos
de Deus, cujo Amor Infinito vela em nós e por nós.
Ainda mesmo quando evidenciem características inquietantes,
abençoa-os e orienta-os, quanto possível, a fim de que se mantenham por esteios
vivos de rendimento do bem no Bem Comum.
E mesmo quando não te possam compartilhar do teto e se te afastem
da companhia a pretexto de independência, abençoa-os mesmo assim, compreendendo
que todos nós, desde que nos vinculemos a ordem e ao trabalho no dever que nos
compete, sem prejudicar a ninguém, desfrutamos por Lei Divina o privilégio de
descobrir qual é para nos o melhor caminho de agir e servir, viver e
sobreviver.
Fonte: Na Era do
Espírito – Chico Xavier/José Herculano Pires
imagem: google
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