A obsessão tem as suas raízes fixadas nos
antecedentes morais de ambos os litigantes, que se deixaram vencer pela
inferioridade que os dominava, à época da pugna.
Egoístas e irrefletidos, não mediram as consequências
dos seus atos venais, passando a vincular-se um ao outro através das algemas do
ódio, do desforço que os tornam cada vez mais infelizes.
Arrastam-se, desse modo, por séculos de sofrimentos
excruciantes, passando de vítimas a algozes, e reciprocamente, até que o amor
lhes acenda a luz da esperança nas sombras onde se detêm e o perdão os torne
verdadeiros irmãos na senda evolutiva.
O amor é, assim, o primeiro medicamento para a
terapia anti-obsessiva.
Abre as portas à esperança e esclarece quanto às
sagradas finalidades da vida, proporcionando o perdão que suaviza as dores
produzidas pelas ulcerações do ódio. Enquanto persistam o ressentimento e a
malquerença, a desconfiança e o rancor, a obsessão permanece como ácido
queimando as delicadas engrenagens da casa mental e produzindo as alienações
tormentosas.
A obsessão é doença grave, mesmo quando se apresenta
em quadro simples, em forma de inspiração depressiva ou de morbo que afeta a
saúde física. Isso porque impõe a transformação moral do paciente e a mudança
de atitude emocional do agente que a desencadeia, consciente ou não.
Só há obsessão porque há débito de quem a sofre.
As leis da vida dispõem de recursos elevados para a
reeducação dos incursos nos seus códigos de justiça. No entanto, a intemperança
e precipitação dos indivíduos, perturbados em si mesmos, levam-nos aos
desforços e vinganças, produzindo esses desnecessários processos de
sofrimentos.
A mente infeliz, através da monoideia de revide,
descarrega ondas de ódio no seu desafeto que, desequipado de recursos morais,
tais a vigilância, a caridade, o amor, capta-as através do campo do
perispírito, com o qual aquela sintoniza por afinidade vibratória até
transformar-se em ideia perturbadora no seu próprio psiquismo.
De outras vezes, irradia as mesmas deletérias
energias e condensa, pela ação da vontade, as suas vibrações, apresentando-se
com aspectos terrificadores durante a vigília e o parcial desdobramento pelo
sono, e provocando vinculação pelo pavor, que se transforma em patologia
alucinante.
Na sucessão das interferências consegue dominar a
mente culpada, que se lhe faz submissa, dando curso aos mais graves fenômenos
de subjugação, que a ignorância, por muitos séculos, considerou como possessão
demoníaca e os cientistas rotularam de esquizofrenia.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
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