Aqui
se configura uma relação competitiva, na qual os parceiros disputam a hegemonia
do comando no relacionamento.
Desse
modo, disputam quem é mais bonito; quem tem melhor remuneração financeira; quem
está mais sarado fisicamente; quem é melhor médium, etc, chegando até ao debate
sobre quem é mais amado pelos filhos, parentes, amigos. Brigam por pontos de
vistas, princípios de vida, valores culturais, competências profissionais ou
outros motivos, gastando farta quantidade de energia na busca de se sobreporem
um ao outro, em interminável guerra.
Às
vezes, essa disputa é tácita; em outras, e declarada. Algumas ocorrências se
setorizam, quando os parceiros mandam em certas áreas; outras vezes, se
generalizam para todos os campos da relação.
O
casal pode manter esse jeito de funcionamento a vida inteira, com o ônus
decorrente desse modelo de padrão interativo. Contudo, pode também transformar
a relação conjugal em “cãojugal”, quando o relacionamento se ressente pelo
aporte excessivo de tempo e energia que é gasto no confronto desnecessário.
Vivem
a dinâmica do jogo de pingue-pongue, em que alguém vai vencendo à custa da fragilidade
do outro, que passa a ser explorado em suas deficiências.
No
casamento, este jogo pode ser perverso, caso a dupla chegue à exaustão.
Esquece-se de que se alguém vence na conjugalidade, o acasalamento perde e o
matrimônio tende a morrer. Aquele que perde se retira pela separação
formalizada, ou vai saindo aos poucos, utilizando-se de expedientes
inconsciente, tais como doenças graves, viagens a trabalho, interesse por outra
pessoa, carga de trabalho extra.
Há
também a possibilidade de um redirecionamento do curso da relação, quando o
casal abre espaços, progressivamente, à união de esforços no rumo da
cumplicidade, evoluindo, portanto, para uma conjugação mais solidária, de
melhor qualidade e mudando o padrão de transação emocional.
(continua)
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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