O que é o perdão? Como praticá-lo? Porque?
O amor já era uma força revelada por outras tradições
religiosas, inclusive, no seio do próprio judaísmo, embora com uma diferença
fundamental, pois, enquanto estas estimulavam o amor unicamente entre seus
pares, produzindo sectarismo, tais como visto no seio do bramanismo e do
judaísmo, Jesus ensinou sobre o amor universal, independentemente do sangue e
de castas.
O
perdão é uma força revelada com primazia por Jesus. Antes do Mestre, a lei que
regia as relação humanas era a do talião, a qual institucionalizara a vingança
contida na máxima “olho por olho, dente por dente”.
Na
lição ministrada a Pedro, Jesus ensinou a necessidade irrestrita do perdão,
representada na operação matemática: 70 x 7. Na divina Oração Dominical
apresenta-o como a única relação condicional do Pai para com os filhos:
“perdoai nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido”.
Não
foi por acaso que Jesus se valeu de suas últimas forças físicas para exaltar a
força do perdão, ao rogar ao ai nos perdoasse a ignorância.
Como
o amor, o perdão é uma força da alma. Fruto do desenvolvimento das
potencialidades do espírito, ele transforma o simples ser inteligente em uma
Criatura Divina, a qual já se reconhece e ao próximo, como idênticos em
capacidades, pois tem a mesma origem e destinação: Deus.
O
perdão é o antídoto mais eficiente contra o orgulho, pois, ao reconhecer-se
ainda falível, o espírito assume sua igualdade perante o semelhante: ninguém é,
de fato, superior, senão o Pai.
Na
sua origem o termo pecare significava apenas “errar o alvo”. Este é o real
sentido desta palavra e, não, aquele equivocadamente apresentado pela ortodoxia
da igreja, qual seja, o erro que implica
numa condenação eterna danação da alma falida. Por isso Jesus sentenciou: “quem
estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”. Não é por outro motivo, aliás,
que o próprio Mestre nos ensina: “O Pai não quer a morte do pecadro, mas, sim,
a misericórdia!”
Uma
análise corajosa desta força nos mostra que, se necessitamos perdoar nosso
irmão 490 vezes pela mesma falta, algo está errado também conosco. Igualmente,
se, intolerantes, cobramos de nosso irmão certo comportamento moral e ele não
corresponde, pode ser porque não tivera ainda oportunidades de aprendizado em
existências anteriores e, assim, estamos cobrando de quem não tem para dar. Por
isso, sabendo sermos todos espíritos em evolução moral, devemos agir diante do
pecador com a mesma misericórdia que o Pai sempre dedica para conosco.
Portanto,
o perdão é uma força desenvolvida em benefício, não do outro, mas, sim, do
próprio espírito que perdoa, pois este se liberta dos grilhões que nos
aprisionam no mundo e nos impedem de atendermos ao pleno cumprimento da Lei de
Amor. Foi por amor que Jesus, valendo-se de suas últimas forças, humilhado pelo
madeiro da ignomínia, rogou ao Pai nos perdoasse, exemplificando, assim, no seu
momento extremo, o que antes já lecionara: “perdoai, porque também tendes
necessidade de perdão”.
Paulo Cezar Fernandes
Fonte: Jornal Tribuna
do Espiritismo – jan/2016
imagem; google
Um comentário:
Olá Denise! Depois de um tempo ausente dos blogs, estou voltando. Li seu comentário e venho lhe agradecer. Um belo texto você nos deixa, muito edificante. Precisamos aprender a praticar este ato tão nobre de perdoar. Não é fácil, com certeza, mas é necessário e, acima de tudo, é saudável, benéfico, nos liberta de mágoas e ressentimentos tão prejudiciais à nossa saúde. Estou com postagem atualizada no meu blog, quando puder, passe lá. Um abraço, amiga. Obrigada pela partilha!
Postar um comentário