No contexto social em que vivemos, ante os dissabores
que a sociedade tem colhido, coo decorrência dos desajustes no âmago dos
relacionamentos humanos, sugere o Espírito da Verdade, a Allan Kardec, àqueles
que já despertaram para os reais valores da vida, que assumam a preponderância,
isto é, que deixem a zona de conforto em que vivem, neutralizando a timidez e
aguçando a ousadia.
Ser ousado, aguerrido, atrevido mesmo, não significa
insuflar a violência, mas ter a coragem e o arrojo de defender, com bravura e
interesse, aquilo que é nobre, digno e ético.
Não se pode deixar o mal prosperar nos espaços
deixados pela timidez que domina os homens de bem. A criatura humana, além de
ser boa ainda é indispensável que seja justa. Calar quando se deve falar,
esconder quando se deve apresentar, omitir quando se deve participar,
obviamente são práticas que em nada contribuem para a construção de uma
sociedade mais justa, fraterna e humana.
Os maus são ousados, pois que não temem ela
reputação, pela probidade, nem se preocupam com a indignação ou opinião das
pessoas, são maus e pronto. Fazem barulho, assustam, destroem, e, no momento da
perversidade, anestesiados pelo desequilíbrio, a consciência de nada os acusam,
por isso são atrevidos e atuam nos espaços onde os bons deveriam estar,
ostentando a bandeira da decência, da honestidade e da fraternidade.
Os bons precisam estar presentes em todos os
segmentos sociais; na escola do filho, na associação de bairro, no grêmio estudantil,
na associação filantrópica e assistencial, na política, na organização
trabalhista, na organização patronal, nas decisões que interessam a comunidade
em que vive... enfim, tem que participar, pois se não se apresentarem para a
ocupação dos espaços que são seus, sem dúvida, virão os maus e, sem cerimonia,
ocuparão as cadeiras vazias e farão o estrago que já é do conhecimento geral.
Então, não basta criticar, reclamar, gritar por um
mundo mais decente, ordeiro e próspero, imperioso se torna a participação para
que tais conquistas cheguem mais depressa e sem tento sofrimento.
Para tanto não será preciso ser expoentes da cultura,
da força, da intelectualidade, da fortuna, da virtude, do desprendimento, da
caridade, mas sim será preciso, e muito, é de boa vontade e uma hercúlea dose
de esforços. Isso, obviamente, está ao alcance de todos... basta querer.
Sem nenhuma violência, quando os maus perceberem que
os espaços estão sendo preenchidos pela ousadia e coragem dos bons, baterão em
retirada, por falta de opção e oportunidade, dai em diante será erguido, com
segurança, o edifício da paz e da serenidade que tanto desejamos.
Observemos, então, qual o espaço que nos pertence, na
ordem do progresso e ocupemos a nossa cadeira... para servir, obviamente.
Waldenir Cuin
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – nov/2015
imagem: google
Um comentário:
Pois é, cara amiga, a omissão dos justos e bons amplia o campo de ação dos maus. Um abraço daqui do sul do Brasil. Boas entradas e muita Paz.
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