Ciúme, palavra que tem origem no latim Zelumen ou do
grego Zelus, traduzido para o português Zelo, significa “querer o bem do outro,
pelo outro, para o outro”. O ciúme é erroneamente interpretado como prova de
amor.
O ciumento, por causa da baixa autoestima, se acha
inferior à pessoa amada podendo perdê-la e tem a impressão de que foi excluído
da relação, passando a ter uma sensação permanente de angústia, instabilidade,
insegurança, vivendo em constante estado de tensão, com medo de ser traído,
abandonado ou os dois ao mesmo tempo. Com isso, começa a vasculhar bolsas, bolsos, agendas,
celulares, passa a seguir ou manda alguém seguir o outro. É o momento de buscar
ajuda.
Do ponto de vista psicológico, o ciúme é conhecido
como “síndrome de Otelo”. O ciumento ou ciumenta passa a agredir fisicamente
chegando a cometer homicídios passionais, suicídio ou os dois, tornando-se um
perigo para si ou para pessoa que diz amar.
Do ponto de vista psiquiátrico ou neuropsiquiátrico é
um tipo de disritmia cerebral. O ciúme não é um sentimento que leva a uma
relação apetitosa, é um sofrimento para quem o sente e para quem é objeto desse
ciúme. Quando ele surge na vida do casal, é o momento de parar e conversar
sobre a relação. Deve ser encarado como um sintoma, um sinal amarelo e não uma
prova de amor.
Os doutores Ana Freud, Heinz Hartman e Erik Erison,
da corrente da Psicologia do ego, afirmam que se deve resolver os problemas de
frente.
Maslow propõe uma existência saudável, com boa
alimentação, exercícios físicos, atividade de voluntariado, pois isso eleva a
autoestima e amadurece a forma de encarar o amor ao próximo, que passa a ser
como o perfume, ou seja, você deixa o aroma e passa, não se consegue reter o
indivíduo mas o bem que ele faz a você e você a ele.
Existe ciúme entre irmãos, amigos, chefe e
subordinado, professor e aluno, colegas de trabalho, mas aquele que mais
conhecemos é na vida conjugal. É uma herança da Idade Média a mentalidade de
posse entre os nubentes. Ela é capaz de tornar o relacionamento um verdadeiro
inferno.
O ciúme, quanto mais intenso, mais perigoso se torna
por isso é importante se proceder a uma autoanálise, ou seja, analisar a relação
com o próximo pois quem ama liberta. O amor deve ser incondicional, a exemplo
de Jesus que nunca exigiu nada de nós para nos amar. “Amai ao próximo como a ti
mesmo”, disse-nos Ele.
Se você ama ao próximo mais do que a si mesmo, você
não o ama, você almeja possuí-lo e isso é ciúme. A maior referência de amor é o
amor a si próprio. Nos crimes passionais é comum o parceiro suicidar-se após
assassinar o “seu amor”.
O raciocínio do homicida passional é: “se ele ou ela
não pode ser meu, também não será de mais ninguém. Matei por amor”. Será
possível frase mais dicotômica que esta? Portanto, devemos amar a Deus acima de
todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Do livro: Terapêutica
do Perdão – Aloísio Silva
imagem: google
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