MEDO
A percepção é um atributo do espírito. Quanto maior o
estado de consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de perceber a
vida, que não se limita apenas aos fragmentos da realidade, mas sim à realidade
plena.
Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator
importante para o nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual,
todavia, é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e
atenção no momento exato e para o lugar certo.
Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para
as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está
limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.
Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem
nossas experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar
determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente,
levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de
visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente
voltados para a opinião que adotamos como única verdade, assustados e
amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão.
Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do
caminho, focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a
vida girar em torno deles. Colocamos nossos dilemas como peças centrais e,
quando essas forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados.
O resultado do medo em nossas vidas será a perda do
nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e
quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.
Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos
resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos,
então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não
fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso
íntimo.
As sensações do medo sobrecarregam as energias dos
chakras do plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão
de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não
seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se
estivéssemos centrados em nós mesmos.
Nosso centro não é nossa mente, nem nossos
sentimentos ou emoções, mas é, em verdade, nossa alma – a essência divina por
meio da qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.
Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o
mundo e as criaturas segundo o nível, mais estaremos centrados e vivendo
estáveis e tranqüilos. Quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e
uma estreita visão dos fatos e das pessoas.
Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas
crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos
desastrosos do cotidiano – dando-lhes a devida importância e regulando o tempo
necessário, a fim de analisá-los proveitosamente -, teremos metas sempre
adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual. Não devemos
jamais subestimá-los ou ignorá-los.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
Um comentário:
Realmente, o medo é inerente ao ser humano, não podemos nos envergonhar disto. E tem sua função de despertar a mente e nos deixar preparados para os obstáculos que tivermos de enfrentar.
Mas, ficar paralisado pelo medo é uma infantilidade do espírito, e é obrigatório fazer o espírito crescer.
Beijos.
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