Outra causa do desenvolvimento da vaidade nas
criatura é a importância desmedida que dão às posses e propriedades. Na
atualidade, por menor que seja a classe social e que se encontra constituída
uma família, ainda é o dinheiro uma fonte absoluta de poder. Quem ganha mais
reivindica no lar a autoridade, a atenção e o amor. A riqueza amoedada é
conceituada como um dos instrumentos com o qual podemos manipular as pessoas em
os tornar um ponto de atração. Dessa forma, processa-se na criança uma educação
do tipo inintencional, transmitida pelos adultos de forma involuntária,
automática e despercebida, através do somatório dos gestos, das conversas, das
atitudes ou dos comportamentos do dia-a-dia.
A presunção leva os indivíduos a se casar não por
amor, mas a se unir a alguém que lhes proporcione um melhor status social, uma
roda de amigos de projeção e um nome importante. Enfim, as uniões matrimoniais
acontecem, quase sempre, por interesse pessoal, sem se levarem em conta os reais
sentimentos da alma.
A supervalorização social e econômica de determinada
profissão ou emprego influencia as escolhas de conformidade com a realização
externa, em detrimento das inclinações e vocações internas. Há profissões
tradicionalmente ambicionadas, como medicina, engenharia e outras tantas de
mais recente valorização nos dias atuais, que os pais almejam para os filhos,
tentando assim solucionar suas próprias frustrações e evidenciar sua própria
pessoa com o brilho profissional de seus familiares. Condicionando-os a viver
uma existência estereotipada, justificam-se com a representação de uma
dedicação e proteção ao ambiente doméstico, quando, na realidade, o que
cultivam é o prazer da notoriedade.
Quando o eminente educador Allan Kardec indagou aos
Semeadores da Era Nova qual a maneira de extirpar inteiramente do coração
humano e egoísmo, fundado no sentimento do interesse pessoal, ele recebeu a
seguinte orientação: o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva
da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua
origem, não ode libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas
leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo assenta na importância da
personalidade. Ora, o espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas
de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante
da imensidade.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: www.bananeirasagora.com.br
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