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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

OBSERVADOR, OBSERVAÇÃO E OBSERVADO

     
     Anteriormente, pareciam existir três posturas na situação de um observador: a pessoa, o objeto e o ato.
Separados, a pessoa se abstraía do todo para observar; o objeto se apresentava a distância, sob observação; a atitude afastava o observador.
Esses limites tornavam-se dificuldades para um compor­tamento unitário, concorde com as circunstâncias, afastando sempre o indivíduo dos acontecimentos e, de certo modo, isentando-o das responsabilidades.
As complexidades do destino, da sorte, do berço e outras preponderavam como mecanismos de justificação do êxito ou do fracasso de cada um.
O homem se apresentava, então, dissociado da vida, afas­tado do universo, fora das ocorrências, como um ser à parte dos fatos.
A pouco e pouco, ele se deu conta de que a unidade se encontra presente no conjunto, que por sua vez se faz unitá­rio. Permanecem, em tal postura, os critérios da individuali­dade pessoal, não obstante a sua integração no todo.
O olho que observa é, ao mesmo tempo, o olho observa­do, responsável pela observação.
A criatura já não se isola da harmonia geral ou do coleti­vo, a fim de observar, sem que, por sua vez, não seja observa­da.
A observação faz parte da vida que, de igual modo, de­pende do indivíduo observador.
Na inteireza da unidade, todos os agentes que a constitu­em são portadores do mesmo grau de responsabilidade, a be­nefício do conjunto. Não há como transferir-se para outrem a tarefa que lhe diz respeito.
O excesso de esforço em um, enfraquece-o, a favor, nega­tivo, da ociosidade de outro, que se debilita por falta de mo­vimentação.
Tal compreensão do mecanismo existencial deflui de uma capacidade maior de amadurecimento psicológico do homem, que já não se compadece da própria fraqueza, porém busca fortalecer-se; tampouco se considera inferior em relação aos demais, por saber-se detentor de energias equivalentes.
O seu é o mesmo campo de luta, no qual todos se encon­tram com idênticas responsabilidades, evitando marginalizar-se. Se o faz, tem consciência que está conspirando contra o equilíbrio geral e que ficará a sós, desde que o todo se refará mesmo sem ele, criando e assumindo nova forma.
Mergulhado na harmonia geral, o homem deve contribuir conscientemente para mantê-la, observando-a e com ela se identificando, observado e em sintonia, diante do conjunto que também o envolve no ato de observar.


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: oolhoquefala.blogspot.com


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Um comentário:

tesco disse...

Joanna faz paralelo aqui, com o fenômeno que há (dizem haver) no mundo submicroscópico, onde a simples observação do fato, altera o fato.
Em nossa vida, no entanto, isso não ocorre, para que haja alteração no fato observado, exige-se do observador algo: A ação!
É a ação do observador que pode levar as coisas para um patamar melhor. Por exemplo, não é apenas observando uma criança faminta que podemos alimentá-la, é necessário levar a comida até ela.
Provavelmente, o que Joanna quer explicitar é que:
1) Não podemos mais ser simples observadores dos fatos da vida, como se eles não tivessem correlação;
2) Essa consciência de nosso dever já está revolvendo as entranhas psíquicas do homem moderno.
A nova maneira de ver as coisas permite-nos prever um futuro glorioso para a humanidade.
Beijos.