Encontrado o sofrimento, o homem tem o dever de identificar
as suas causas, que procedem dos atos degenerativos próximos ou remotos, referentes
às suas reencarnações. Ao lado daqueles que ressumam das dívidas cármicas,
estão os decorrentes das suas emoções desequilibradas, que têm nascentes no
egoísmo, no apego, na imaturidade psicológica. Dentre outros, apresentam-se em
plano de destaque, o medo, o ciúme, a ira, que explodem facilmente engendrando
sofrimento.
Chega o momento de buscar-se a cessação deles, qual
ocorre com as enfermidades que devem ser tratadas com carinho, porém com
disciplina. De um lado, é imprescindível ir-se às causas, a fim de fazê-las
parar, ao mesmo tempo evitar novos fatores desencadeantes. Conhecidas as
origens, mais fáceis se tornam as terapias que, aplicadas convenientemente,
resultam favoráveis ao clima de saúde e de bem-estar.
O esforço empreendido para o término do sofrimento,
apresenta-se em etapas que se vão incorporando ao dia-a-dia do indivíduo cioso
da sua necessidade de paz.
Impõe-se-lhe o trabalho de condicionar a mente à necessidade
da harmonia, recorrendo à meditação em torno das finalidades altruísticas da
vida, disciplinando a vontade, exercitando a tranqüilidade diante dos
acontecimentos que não podem ser evitados, das ocorrências denominadas
tragédias, das quais pode retirar excelentes resultados para o comportamento e
a auto-realização. O processo da cessação do sofrimento dá-se, ainda, através
do sofrimento que propicia
satisfação pela certeza que advém de se estar liberando da sua áspera
constrição.
Enfrentar, portanto, o sofrimento, sem válvulas psicológicas
escapistas, é uma atitude saudável, muito distante da distonia masoquista
habitual. Também resulta de uma disposição consciente para o homem
enfrentar-se desnudado, com uma visão otimista em torno do futuro por
conquistar.
Realmente, o sofrimento faz parte do mecanismo da evolução
na Terra. Nos reinos vegetal e animal ele se encontra na embrionária percepção das plantas, que sofrem as agressões e hostilidades do
meio, as contaminações e processos degenerativos. Entre os animais, desde os
menos expressivos até os mais avançados biologicamente, o sofrimento se manifesta
na sensibilidade nervosa, como forma de produzir novos e mais perfeitos
biótipos, em constante adaptação e harmonia das formas do psiquismo neles latente.
A superação do sofrimento é, sem dúvida, o grave desafio
da existência humana, que a todos cumpre conseguir.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: maldadedestilada.wordpress.com
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