Possíveis trajetórias da depressão: diante de um
sentimento de dor, fatalmente experimentamos emoções, ou seja, reações
energéticas provenientes dos instintos naturais. São denominadas emoções
básicas, conhecidas comumente como medo e raiva. Essas reações energéticas
nascem como impulso de defesa para nos proteger da ameaça de dor que uma
agressão pode nos causar. Se a emoção for de raiva, o organismo enfrenta a
fonte da dor; quando é de medo, contorna e foge do perigo. Ambas aceleram o
sistema nervoso simpático e, consequentemente, a glândula supra-renal para que
produza energia suficiente para a luta ou para a fuga. Se essas emoções forem
julgada moralmente como negativas, elas poderão ser transformadas em sentimento
de culpa, levando-nos a uma auto-condenação. Quando reprimidas, quer dizer,
quando não expressadas convenientemente nem aceitas, nós as negamos,
distorcendo os fatos, para não tomarmos consciência. Tanto a repressão
sistemática quanto os compulsivos julgamentos negativos dessas emoções naturais
geram a depressão.
Não são simplesmente as privações pueris, as
distribuições de esmolas e o ato de bater no peito que transformarão o íntimo de
nossas almas. Para verdadeiramente repararmos nossas faltas, é preciso, acima
de tudo, que façamos uma viagem interior, mediante uma crescente consciência,
para identificar os atos e acontecimentos incorretos que praticamos/vivenciamos
e associá-los com os sentimentos e as emoções que os influenciaram. A partir
daí, equilibrá-los.
Reparar nossas faltas com nós mesmo e com os outros é
a fórmula feliz de evitar o sofrimento.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: google
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