(Emmanuel)
Muitos setores das ciências psicológicas asseveram que e
indispensável preservar a criança contra a mínima coação, a fim de que venha a
se desenvolver sem traumas que lhe prejudicariam o futuro. Isso, no entanto, não
significa que deva crescer sem orientação.
Independência desregrada gera violência, tanto quanto violência
gera independência desregrada.
Releguemos determinada obra arquitetônica ao descontrole e teremos
para breve a caricatura do edifício que nos propúnhamos construir.
Abandonemos a sementeira a si própria e a colheita se nos fará
desencanto.
Exigimos a instituição de um mundo melhor.
Solicitamos a concretização da felicidade comum.
Sonhamos com o levantamento da paz de todos.
Esperamos o reino da fraternidade.
Como atingir, porém, semelhantes conquistas sem a criança no
esquema do trabalho a realizar?
Não mergulhará teu filho nas ondas revoltas da ira quando a
dificuldade sobrevenha, e sim não te omitirás no socorro preciso, sem deixá-lo
a feição de barco desarvorado ao sabor do vento. Não erguerás contra ele a
palavra condenatória, nos dias de desacerto, a insuflar-lhe, talvez, ódio e
rebeldia nos recessos da alma, e sim procurarás sustentá-lo com a frase
compreensiva e afetuosa que desejarias ter recebido em outro tempo, nas horas
da infância, quando te identificavas nas sombras da indecisão.
Sabes conduzir a criança ao concurso da escola, a assistência do
pediatra, ao auxilio do costureiro ou ao refazimento espiritual nos espetáculos
recreativos. Por isto mesmo não lhe sonegues apoio ao sentimento para que o
sentimento se lhe faça correto.
Concordamos todos em que a criança necessita de amor para crescer
patenteando mente clara e corpo sadio, entretanto e impossível efetuar o
trabalho do amor – realmente amor – sem bases na educação.
imagem: google
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