Os compromissos negativos, pois, ressurgem no esquema
da reencarnação como provações lenificadoras, que o amor suaviza e o trabalho
edificante consola.
As expiações, todavia, são impostas, irrecusáveis,
por constituírem a medicação eficaz, a cirurgia corretiva para o mal que se
agravou.
Semelhante ao que sucede na área civil, o delinquente
primário tem crédito que lhe suaviza a pena e, mesmo ante os gravames pesados,
logra certa liberdade de movimento sem ter a liberdade totalmente cerceada. O
reincidente é convidado à multa e prisão domiciliar, conforme o caso, no
entanto, aquele que não se corrige é conduzido ao regime carcerário e, diante
de leis mais bárbaras, à morte infamante.
Guardadas as proporções, nos primeiros casos, o
infrator espiritual é conduzido a provações, enquanto que, na última hipótese,
à expiação rigorosa. Porque o amor de Deus vige em todas as Suas leis, mais
justas do que as dos homens, seja qual for o crime, elas objetivam reeducar e
conquistar o revel, não o matando, isto é, não o extinguindo. Jamais intentam
vingar-se do alucinado, antes buscam recuperá-lo, porque todos são passíveis de
reabilitação.
O encarceramento nas paresias, limitações orgânicas e
mentais, as paralisias, as patologias congênitas sem possibilidade de
reequilíbrio, certos tipos de loucura, de cânceres, de enfermidades
degenerativas se transformam em recurso expiatório para o infrator reincidente
que, no educandário das provações, mais agravou a própria situação, derrapando
para os abismos da rebeldia e da alucinação propositais. Entre esses, suicidas
premeditados, homicidas frios, adúlteros contumazes, exploradores de vidas,
vendedores de prazeres viciosos, tais como as drogas alucinógenas, o sexo, o
álcool, os jogos de azar, a chantagem e muitos artigos da crueldade humana
catalogados nos estatutos divinos.
Cada ser vive com a consciência
que estrutura.
De acordo com os seus códigos, impressos em
profundidade na consciência, recolhe as ressonâncias como experiências
reparadoras ou propiciatórias de libertação.
Há, em nome do amor, casos de aparentes expiações –
seres mutilados, surdos-mudos, cegos e paralisados, hansenianos e aidéticos,
entre outros, que escolheram essas situações para lecionarem coragem e conforto
moral aos enfraquecidos na luta e desolados na redenção.
As expiações podem ser atenuadas, não, porém,
sanadas.
Enquanto as provações constituem forma de sofrimento
reparador que promove, as expiações apenas restauram o equilíbrio perdido,
reconduzindo o delituoso à situação em que se encontrava antes da queda brutal.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelisimagem: google
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