O filme da Irmã Dulce nos mostra que mesmo fazendo o
bem, ela encontrou adversários, opositores, aproveitadores e passou por
humilhações variadas, porém ainda assim prosseguiu em sua missão.
Muitos de nós consideramos que o fato de fazer o bem
facilitará as coisas.
Alguns pensam: Meu Deus, ajudo tanta gente, mas
recebo provas pesadas.
É assim mesmo que funciona, não adianta nos
iludirmos. Estamos em um planeta de provas e expiações, sujeitos a situações e
testes dos mais variados matizes. As provas não vêm apenas para nós, mas para
todos que estão encarnados em planetas na categoria de provas e expiações.
No entanto, importante lembrar que realizando o bem
estaremos atraindo a nós a presença dos bons espíritos que nos auxiliarão a
vencer nossas provações. Ademais, fazer o bem, cumprir as obrigações, ser
honesto, correto, integro, enfim, praticar o evangelho traz-nos o que há de
mais preciosos neste mundo: a paz de consciência.
Paz de consciência que reflete na serenidade do
espírito que sabe de suas limitações, todavia, também reconhece seus esforços
por superar a si mesmo, e por isso está em paz com sua própria consciência.
Penso que o segredo é nos desapegarmos da ideia de
que fazendo o bem receberemos de volta o bem. Se fazemos o bem pensando no que
receberemos de volta, fica um pouco complicado, uma espécie de moeda de troca
com o universo, mais ou menos do tipo assim: Faço o bem hoje porque quero
receber o bem amanhã. Contudo, nossa visão ainda limitada e imediatista não
sabe realmente o que é o bem para nós. Não raro a situação complicada de hoje é
o degrau para a felicidade do amanhã. Eis, então que, quando o que queremos não
acontece, vêm a decepção e a frase: Poxa! Faço o bem, cumpro com minhas obrigações,
mas só recebo pedrada da vida.
O problema é que as coisas têm o seu próprio tempo,
mas nós, apressados, queremos antecipar tudo.
Calma!
Nada de esperar moleza porque faz trabalho
voluntário, ajuda os mais necessitados e coisas do gênero.
Não encontraremos facilidades em nada. E isso é bom,
porque são as dificuldades que nos fazem exercitar as potencialidades do
espírito.
Mesmo que nossos ideais sejam nobres, devemos
esquecer facilidades.
Se tenho um objetivo, que eu o faça acontecer.
Ociosos esperar do céu, se nossas mãos estão inertes.
A propósito, se algum dia encontrarmos numa dessas
esquinas do universo Kardec, Gandhi, Irmã Dulce ou Madre Tereza, perguntemos a
eles se encontraram facilidades em suas trajetórias.
Provavelmente a história narre a saga desses
personagens de forma menos dramática do que realmente foi.
Mas eles prosseguiram.
E nós, vamos seguir adiante ou parar?
Wellington Balbo
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – jan./2015
imagem: google
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