O
que define um bom acasalamento é a arte amorosa de articular bem as diferenças
e as semelhanças, no contexto da cotidianidade.
Portanto,
podemos ter patologias da conjugalidade muito bem diagnosticadas, devido à
forma como se desenha a transação afetiva.
Quando
o casal similar não consegue manter uma boa relação de interação, surge, então,
a disfuncionalidade. Esta doença se configura pela disputa interminável, na qual
cada parceiro busca, incessantemente, ultrapassar o outro, vencê-lo na
competição conjugal. Estes casais fazem dos seus perfis parecidos, fonte de
embates, habitualmente ansiando a afirmação de um sobre o outro, revelando
dificuldades psicológicas ou morais.
Assim,
brigam acerca das competências e habilidades, disputando quem tem maior relevo
e, igualmente, nas negatividades comuns à dupla, buscando escamotear o lado
sombra, a fim de celebrar vitória sobre o outro. São comuns as expressões: sou
menos egoísta, sou menos obeso, sou menos colérico, sou menos compulsivo, etc.
Enfim, é como diz o brocardo popular: o sujo falando do mal lavado.
Como
causa desse modelo de comportamento está o orgulho sustentando a disputa. Não é
verdade que não se amam. Amam-se, todavia, há uma ampla contaminação de orgulho
que, com o tempo, ameaça destruir a relação afetiva, sufocando o amor.
Quando,
ao contrário, o casal similar articula adequadamente as suas semelhanças pela
vias da humildade, desponta um movimento muito saudável na interação, definido
por um apoio recíproco, altamente desejável para o crescimento de cada um dos
membros do consórcio, e de excelentes resultados para a união do casal.
Quando
o casal complementar, humildemente, se decide a fazer das diferenças um espaço
de respeito e troca de suas verdades, cria-se um enriquecimento na
aprendizagem, ampliando o patrimônio intelecto-moral de cada um dos parceiros.
De igual maneira, surge como conseqüência a qualificação da relação de
acasalamento.
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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