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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

NAMORO NO CASAMENTO

                É natural que o casamento suceda ao namoro, como evolução espontânea nas etapas de uma relação afetiva. O que é comum é que depois do casamento não haja mais namoro.
                Não é apenas uma questão de palavras. Efetivamente, depois das núpcias, o namoro declina vertiginosamente.
                Não deveríamos deixar de namorar para casar, e sim, levar o namoro para o casamento, considerando que só o enAMORamento é capaz de vitalizar a conjugalidade no avançar do tempo.
                O cotidiano, a rotina, os problemas, as dificuldades, etc, acabam por ir engessando o casamento na armadilha da mesmice, da relação burocrática e, depois, burrocrática, porque conduz o relacionamento para uma sequência de negatividades: desajustes, tédio, indiferença e morte.
                Se for verdade que o fogo devorador da paixão e motivador da aproximação da dupla afetiva cede com o passar do tempo, não menos verdadeiro é que a apatia se  constitui em um verme dilacerador dos sentimentos.
                Todo relacionamento deveria assegurar uma dose de apaixonamento muito saudável e necessária por parte de ambos os cônjuges, evitando a ameaça da insipidez que o tempo inexorável pode trazer com o avançar da idade, se houver descuido.
                Por isso, é justo se recomendar que o casal inclua o namorar no âmbito do casamento, trazendo um toque do romantismo que caracteriza a frase pré-conjugal, a fim de incrementar o matrimônio. Portanto, namorar, assegurando atitudes e palavras de amor pelo outro, sem que haja outra razão senão a da gratulação, pelo simples prazer de amar.
                Esse comportamento gera uma singular nutrição, que deixa os parceiros acesos, vivos, mantendo um tônus relacional cuja energia sustenta o cotidiano da vida sem cair no enfado, além de coroar de plenificação a interação conjugal.
                Namorar no casamento é trazer os atributos da fase de encantamento para temperar o ambiente dasafiador da convivência íntima de duas pessoas que comparecem com as suas diferenças, manifestas por meio de suas histórias de vida, suas manias, seus limites, suas virtudes. Para entretecer o entendimento das demandas do dia a dia, nem sempre fáceis e frequentemente encontradas num ambiente de aridez ou monotonia, é de ao lembrança ressaltar ao casal a necessidade do élan do romance. Isto a fim de vitalizar, suavizar e arejar a vida conjugal, viabilizando o amadurecimento e a consolidação da relação afetiva.
                Se o convite de Emmanuel ao par conjugal destaca que acima da conjunção corpórea, fácil de se concretizar, é imperioso que a dupla se case em espírito dia por dia, de idêntica maneira é acertado afirmar que só o amor manifesto no contínuo enamoramento consegue sustentar e perenizar o acasalamento de alma para alma.


Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO ALMEIDA
imagem: google

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