É
natural que o casamento suceda ao namoro, como evolução espontânea nas etapas
de uma relação afetiva. O que é comum é que depois do casamento não haja mais
namoro.
Não
é apenas uma questão de palavras. Efetivamente, depois das núpcias, o namoro
declina vertiginosamente.
Não
deveríamos deixar de namorar para casar, e sim, levar o namoro para o
casamento, considerando que só o enAMORamento é capaz de vitalizar a
conjugalidade no avançar do tempo.
O
cotidiano, a rotina, os problemas, as dificuldades, etc, acabam por ir
engessando o casamento na armadilha da mesmice, da relação burocrática e,
depois, burrocrática, porque conduz o relacionamento para uma sequência de
negatividades: desajustes, tédio, indiferença e morte.
Se
for verdade que o fogo devorador da paixão e motivador da aproximação da dupla
afetiva cede com o passar do tempo, não menos verdadeiro é que a apatia se constitui em um verme dilacerador dos
sentimentos.
Todo
relacionamento deveria assegurar uma dose de apaixonamento muito saudável e
necessária por parte de ambos os cônjuges, evitando a ameaça da insipidez que o
tempo inexorável pode trazer com o avançar da idade, se houver descuido.
Por
isso, é justo se recomendar que o casal inclua o namorar no âmbito do
casamento, trazendo um toque do romantismo que caracteriza a frase
pré-conjugal, a fim de incrementar o matrimônio. Portanto, namorar, assegurando
atitudes e palavras de amor pelo outro, sem que haja outra razão senão a da
gratulação, pelo simples prazer de amar.
Esse
comportamento gera uma singular nutrição, que deixa os parceiros acesos, vivos,
mantendo um tônus relacional cuja energia sustenta o cotidiano da vida sem cair
no enfado, além de coroar de plenificação a interação conjugal.
Namorar
no casamento é trazer os atributos da fase de encantamento para temperar o
ambiente dasafiador da convivência íntima de duas pessoas que comparecem com as
suas diferenças, manifestas por meio de suas histórias de vida, suas manias,
seus limites, suas virtudes. Para entretecer o entendimento das demandas do dia
a dia, nem sempre fáceis e frequentemente encontradas num ambiente de aridez ou
monotonia, é de ao lembrança ressaltar ao casal a necessidade do élan do
romance. Isto a fim de vitalizar, suavizar e arejar a vida conjugal,
viabilizando o amadurecimento e a consolidação da relação afetiva.
Se
o convite de Emmanuel ao par conjugal destaca que acima da conjunção corpórea,
fácil de se concretizar, é imperioso que a dupla se case em espírito dia por
dia, de idêntica maneira é acertado afirmar que só o amor manifesto no contínuo
enamoramento consegue sustentar e perenizar o acasalamento de alma para alma.
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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