Cap.
XIII – Item 5
Senhor!
Quando alguém estiver
em oração, referindo-se à caridade, faze que este alguém me recorde, para que
eu consiga igualmente ajudar em teu nome.
Quantas criaturas me
fitam, indiferentes, e quantas me abandonam por lixo imprestável!...
Dizem que sou moeda
insignificante, sem utilidade para ninguém; contudo, desejo transformar-me na
gota de remédio para a criança doente. Atiram-me a distância, quando surjo na
forma do pedaço de pão que sobra à mesa; no entanto, aspiro a fazer, ainda, a alegria
dos que choram de fome. Muita gente considera que sou trapo velho para o
esfregão, mas anseio agasalhar os que atravessam a noite, de pele ao vento...
Outros alegam que sou resto de prato para a calha do esgoto, posso converter-me
na sopa generosa, para alimento e consolo dos que jazem sozinhos, no catre do
infortúnio, refletindo na morte.
Afirmam que sou
apenas migalha e, por isso, me desprezam...
Talvez não saibam
que, certa vez, quando quiseste falar em amor, narraste a história de uma
dracma perdida e, reportando-te ao reino de Deus, tomaste uma semente de
mostarda por base de teus ensinos.
Faze, Senhor, que os
homens me aproveitem nas obras do bem eterno!... E, para que me compreendam a
capacidade de trabalhar, dize-lhes que, um dia, estivemos juntos, em Jerusalém,
no templo de Salomão, entre a riqueza dos poderosos e as jóias faiscantes do santuário, e
conta-lhes que me viste e me abençoaste, nos dedos mirrados de pobre viúva, na
feição de um vintém.
Meimei
Fonte:
O Espírito da Verdade
Francisco
Cândido Xavier - Waldo Vieira
imagem: google
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