(J. Herculano Pires)
É a lei do amor que une as almas. Os casamentos de interesse ou
conveniência ligam apenas os corpos, quando os ligam. “O juramento pronunciado
ao pé do altar se torna um perjúrio, se foi dito como simples formula”. Disso
resulta que há casamentos indissolúveis porque determinados pela lei do amor,
que é lei de Deus, mas também existem casamentos insustentáveis porque feitos segundo
as leis variáveis dos homens, obedecendo a interesses e conveniências puramente
humanos ou a ilusões passageiras dos sentidos.
Essa a razão principal da separação de casais. O que Deus juntou
pelo amor permanece unido pela própria força do amor. E se alguém o separar
estará cometendo uma ação contraria a vontade divina. Mas o que os homens
juntaram por interesse não tem estabilidade. Por isso os próprios homens
criaram leis humanas que preservem a sociedade da desagregação produzida
pelas separações inevitáveis.
Kardec ensina: “O divórcio e uma lei humana, cuja finalidade é separar
legalmente o que já estava separado de fato. Não é contrario a lei de Deus,
pois só reforma o que os homens fizeram”.
Os que acusam o Espiritismo de divorcista não conhecem a posição
verdadeira da doutrina ante esse problema. Manter a união legal de um casal já
de fato separado é atentar contra a moral da sociedade, pois os casais
separados se renovam com a formação de dois novos casais, ambos ilegítimos, dos
quais resultarão naturalmente os filhos ilegítimos. Isso e um mal social, uma
doença da sociedade, para a qual só existe um remédio que é o divórcio,
legalizando a separação e permitindo a legitimidade dos novos lares constituídos.
O Espiritismo é realista, vê as coisas como elas são e não como queríamos que fossem.
Mas, o Espiritismo só admite o divórcio nos casos extremos,
ensinando que as obrigações morais assumidas na vida terrena tem a sanção da
lei divina de causa e efeito, de ação e reação. Jesus mesmo permitiu o divórcio,
como vemos em Mateus, 19:3-9. Por causa dessa permissão evangélica a legislação
do divórcio no Estado de Nova York só admite como motivo o adultério.
Fonte: Na Era do
Espírito – Chico Xavier/José Herculano Pires
imagem: google
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