(J.Herculano Pires)
Muita gente pergunta em que consiste o livre arbítrio na
reencarnação, desde que esta é condicionada pelo carma, pela lei de ação e
reação. Há nas correntes filosóficas existenciais o principio da facticidade,
segundo o qual já nascemos feitos no mundo, determinados pelo nosso
corpo e pelo meio em que surgimos. Mas apesar disso os filósofos da existência consideram
a criatura humana como a única dotada de liberdade, o único ser livre da Terra.
Porque a partir desse dado inicial o homem é livre para pensar e agir, sem o
que não teria responsabilidade.
Muito antes dessa descoberta dos existencialistas O Livro dos Espíritos
já estabelecia o livre arbítrio como característica da espécie
humana. A questão 843 desse livro mostra que a liberdade humana é
progressiva, desenvolvendo-se em fases sucessivas desde o nascimento até
a madureza. O condicionamento físico do homem, abrangendo as condições
orgânicas, a hereditariedade, o meio e a cultura, não lhe tira a capacidade
de discernir e escolher. As predisposições instintivas o inclinam em
diversos rumos, mas nem por isso o obrigam a fazer isto ou aquilo. Assim
como o motorista, limitado pelas condições do carro que dirige, não
perde a sua liberdade, o homem continua, como Espírito, livre para
pensar, querer e agir no condicionamento da sua reencarnação.
É por isso que o modo de reagir da criatura é o mais importante diante
das vicissitudes da vida.
Essas dificuldades agem sobre o homem como consequências do
passado, mas é através da sua maneira de reagir que o homem vai superar o
passado e abrir novas perspectivas para a sua vida no presente e no futuro. Se
reagir mal continuará enleado no seu carma. Se reagir bem libertar-se-á dele.
Nosso comportamento, portanto, diante das questões mais graves que o mundo nos propõe
é o que vai decidir o nosso destino. Poderíamos querer mais ampla liberdade do
que essa, a de construir por nós mesmos o nosso futuro?
Fonte: Na Era do
Espírito – Chico Xavier/José Herculano Pires
imagem: google
Um comentário:
Cara amiga Denise, as religiões, de modo geral também falam do livre arbítrio, entretanto, procuram colocar o adepto numa redoma, numa camisa de força, para que o indivíduo não venha a sucumbir no fogo do inferno. As religiões não admitem uma segunda chance já que não aceitam o processo das múltiplas existências. Um abraço daqui do sul do Brasil.
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