A humanidade vem nos últimos anos passando por
transformações viscerais. A influência do materialismo sobre as questões e a
vida social cresce consideravelmente. Os valores morais estão sendo corrompidos
com assombrosa velocidade. Nunca o mundo precisou tanto dos ensinos espíritas
como nestes tempos atuais. Vivenciamos instantes em que se aguça a revolta nos
corações em face da imposições de ideologias falidas, e nos vendavais da
tecnologia somos remetidos aos acirramentos das separatividades e isolamentos,
estabelecendo-se níveis de revoltas sociais inaceitáveis.
Obviamente não há como se desconhecer a luta pela
subsistência. Há as enfermidades, as insatisfações, os conflitos emocionais, os
desenganos. As imperfeições próprias daqueles com os quais convivemos. Enfim,
as variadas vicissitudes da existência. Nessa autêntica desordem, usando e
abusando do livre arbítrio, cada qual vai colhendo vitórias ou amargando
derrotas, segundo o grau de experiência conquistada. Uns riem hoje, para
chorarem amanhã, e outros que agora se exaltam, serão humilhados depois.
Devemos interrogar a própria consciência, passando em
revista os atos cotidianos, para a identificação dos desvios dos deveres a
serem cumpridos e dos motivos alheios de queixa por conta dos nossos atos. Revisemos
periodicamente nossas quedas e deslizes no campo moral, ativando a memória para
nos lembrarmos dos tantos espinhos que já trazemos cravados na carne do
espírito, tal como ensina Paulo de Tarso. Estes espinhos nos lembrarão a nossa
condição de enfermos em estágio de longa recuperação, necessitados de cautela.
O mal não é invencível, pelo contrário.
Não conseguiremos nos livrar das consequências
advindas dos males que praticamos. O mal que nasce em nós nos impregna e
temporariamente passa a fazer parte de nossa personalidade. Paulo de Tarso, na
sua carta aos romanos, tece comentários sobre as lutas que deve travar para
combater o mal em nós mesmos, em frase já célebre: “Porque não faço o bem que
quero, mas o mal que não quero, esse faço”. O mal a que se refere Paulo em suas
epístolas é o mal trivial que subsiste em nós e é alimentado por nossa vontade.
E que, em certa medida, nos proporciona prazer pelo torpor de consciência.
A escuridão é somente ausência da luz. Não é real. Só
Deus é vida; somente o bem é a finalidade da vida. Para que possamos vislumbrar
um mundo sem angústias e nem problemas sociais, livres das misérias econômicas
e políticas, apelemos para o amor incondicional, que possui os recursos
eficazes para a conciliação, o perdão, a transformação moral, fomentando o bem
para o progresso, o que concorre para enriquecer nossa sensibilidade, aprimorar
nosso caráter, fazer que se nos desabrochem novas faculdade, o que vale dizer,
se dilatem nossos gozos e aumente nossa felicidade.
Em suma, o mal deriva do coração humano e a batalha
do bem contra o mal, tema de incontáveis livros e filmes, deve ser travada nos
domínios dos nossos próprios corações, acima de tudo.
Jorge Hessen
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – maio/2015
imagem: google
Um comentário:
Boa noite, querida Denise!
A maldade vem de um coração que está distante de Deus mesmo que Ele não queira...
Vc escolhe belos temas para abordar à luz da sua fé...
Bjm muito fraterno
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